Empate com o limitado Toledo revolta a torcida do Coritiba

Em campo, nove remanescentes da fracassada campanha do Brasileiro. Alguns, meros reservas antes da ?debandada? pós-rebaixamento. O apoio do torcedor e as estréias de Arthur e Iverton não foram suficientes para uma estréia positiva no Paranaense. O Coritiba teve raros momentos de inspiração e só na base da vontade não foi além de um empate (1×1) diante do caçula Toledo, em pleno Couto Pereira. Resultado que deixou um sabor amargo para os coxas, carentes de algum sinal de reação do seu clube.

Foi a bola rolar para ficar ainda mais evidente a falta de condicionamento das equipes. Em especial a do Coritiba, que treinara apenas uma semana para esta estréia. Melhor ajustado, o Toledo era eficaz na marcação e ainda arriscava em contragolpes organizados por Fleck e Róbson. O jogo seguiu neste ritmo até os 15 minutos, quando o Coritiba criou a primeira oportunidade de gol.

E de bola parada. Na cobrança de falta de Ricardinho, a zaga vacilou e Iverton quase marcou, mas a bola tocou na trave. O lance fez com que o Toledo se resguardasse ainda mais e a partida ficou amarrada no meio-de-campo.

O Coritiba seguiu sem qualquer sentido de penetração até os 40 minutos. Eanes recebeu em velocidade, se livrou do zagueiro e tocou no canto esquerdo para abrir o placar. Márcio Araújo foi para os vestiários rasgando elogios à superação do seu time. ?Foi além das expectativas. O time ainda está em formação?, comentou. Na tentativa de aumentar o ritmo do Cori, o técnico trocou o apático Rodrigo Batata pelo estreante Guaru. Só que não deu tempo nem para a equipe se acertar em campo.

Com uma marcação agressiva, o Toledo iniciou o segundo tempo pressionando. A recompensa veio aos 2 minutos. No cruzamento de Fleck, Vágner subiu livre de marcação para conferir de cabeça: 1×1. Sentindo a fragilidade do adversário, o time do interior se lançou à frente e quase virou o placar em dois lances, primeiro com Dinei e depois com Franco. O Coritiba, apesar das tentativas de Márcio Araújo – que lançou Marcelinho e Wilton Goiano -só ameaçou em um cabeceio de Iverton, que parou no travessão.

Muito pouco para acalmar os mais de 5 mil torcedores, que passaram a gritar ?fora Gionédis? a partir dos 28 minutos. Agenor Picinin, satisfeito com o resultado, tratou de fortalecer a marcação, abrindo mão de atacantes no seu time. O domínio territorial do Coritiba não foi suficiente para mudar os rumos do jogo. O Toledo deixou o tempo passar e nos últimos minutos ainda obrigou o goleiro Arthur a duas difíceis intervenções. No final, vaias e protestos em um sofrível empate.

Márcio culpa falta de tempo pelo ?enrosco? na estréia

O técnico Márcio Araújo elogiou a superação de seus jogadores. Fez ressalvas aos erros cometidos, mas sustentou sua análise no pouco tempo de preparação. ?Foram só seis dias de treinamentos e ninguém arruma um time nesse tempo?, afirmou. ?Pelo que vi no jogo, o time foi além do esperado. Teve alguns bons momentos e conseguiu igualar as ações sob o aspecto físico.? O treinador usou como parâmetro o Corinthians, que perdera à tarde para o Noroeste, pelo Campeonato Paulista.

?Esses times do interior estão treinando desde outubro. O mesmo vale para o Toledo. Eles têm um bom time, ajustado?, avaliou. Márcio Araújo destacou ainda o fato de que ninguém pediu substituição, apesar do visível cansaço. ?Agradeci a eles o esforço. Deram tudo o que podiam. O resultado não foi bom, mas o nosso trabalho é visando a temporada, a competição, não é apenas um jogo.?

Indagado sobre a qualidade dos reforços, o treinador evitou análise mais profunda. ?Minha função é preservar o clube. Qualquer coisa que eu diga poderia expor o Coritiba e os dirigentes. Meu trabalho é aglutinar?, disse, não se queixando do nível de reforços trazidos até o momento.

A diretoria, que não se manifestou após o jogo, não confirmou, mas duas contratações podem ser definidas nos próximos dias. O goleiro Flávio Kretzer, ex-São Paulo, e o atacante Alexandre (que atuou pelo Coritiba ano passado e

depois foi para os Emirados Árabes) estariam num estágio avançado de conversações.

Gionédis arma confusão

Cahuê Miranda

O empate entre Coritiba e Toledo resultou em maus momentos para Giovani Gionédis, na estréia da equipe no Paranaense. Insatisfeita com o futebol apresentado pelo Coxa, desde o final do 1.º tempo parte da torcida já entoava gritos contra o presidente alviverde. Ao final do jogo, as coisas ficaram bem piores.

No caminho rumo aos vestiários, Gionédis não deu ouvidos ao vice André Ribeiro, que insistiu para que desviassem dos torcedores que protestavam junto ao fosso, próximo ao túnel por onde saíam os jogadores.

O presidente preferiu passar pelo meio da galera, que ao notar sua presença, partiu para agressão. O tumulto aumentou ainda mais.

Mesmo protegido por cerca de dez seguranças, Gionédis foi ofendido, empurrado e atingido por um copo de cerveja lançado em sua direção. O presidente respondeu com gestos a alguns torcedores, deixando ainda mais tensa a situação. A confusão só terminou quando a Polícia Militar entrou em ação e Gionédis finalmente chegou à porta que dava acesso ao vestiário.

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