Que venha a vodka!

Em outra grande partida, Brasil derrota o Uruguai e põe um pé na Copa de 2018

Neymar foi destruidor de novo. Deu passe pra gol e fez um golaço. Foto: Pedro Martins/MoWA Press

Perdemos quase dois anos. Talvez tenhamos perdido muito mais tempo, mas o certo é que perdemos quase dois anos com a idiota decisão da CBF em contratar Dunga após a Copa do Mundo de 2014. Como é típico no futebol brasileiro, a rota foi corrigida a tempo. E com mais uma partida de extrema eficiência, a seleção venceu o Uruguai de virada por 4×1 em pleno estádio Centenário nesta quinta-feira (23). Com isso, a classificação para a Copa de 2018 já é certa. Para garantir matematicamente, basta um ponto nos últimos cinco jogos, mas é claro que a expectativa é que ele venha já na terça, contra o Paraguai, na Arena Corinthians.

Nos primeiros instantes do jogo, o Brasil decidiu controlar a posse de bola. Trocou passes por quase três minutos, até Neymar arrancar para Phillipe Coutinho cruzar e Roberto Firmino perder o primeiro lance de perigo do jogo. “Só a bola, só a bola”, gritava Tite à beira do gramado. Só que Marcelo cometeu um erro inacreditável. Aos 7 minutos, ele resolveu recuar de peito para Alisson, só que Cavani estava no caminho, roubou a bola e foi derrubado pelo goleiro. E o artilheiro uruguaio bateu forte e abriu o placar.

Pela primeira vez o Brasil saía atrás no placar na “era Tite”. Mas não demorou muito tempo para achar a igualdade. Seguiu com a posse de bola, buscou espaços e, como eles não apareceram, Paulinho recebeu de Neymar e acertou uma bomba na gaveta. Um grande início de partida, um empate que levou os dois times ao ataque.

E a partida ficou bem equilibrada. Se o Brasil buscava encontrar os espaços nas tabelas e nas arrancadas de Neymar, o Uruguai era mais direto e levava perigo nas bolas paradas. Assim o primeiro tempo correu até o apito final.

Mas a seleção voltou do intervalo disposta a resolver a parada. E já com sete minutos de jogo o Brasil estava na frente, após o chute de Firmino que Martín Silva rebateu e Paulinho, de novo, apareceu para marcar. Atrás no placar, o Uruguai resolveu partir para cima, marcando a saída de bola e obrigando os visitantes a acumular faltas próximas a área – tudo que a Celeste queria. Numa delas, Alisson salvou na cobrança de Cavani.

O Brasil jogava com consciência. Conseguiu conter a pressão sem precisar de retranca. E começou a explorar a velocidade em cima da defesa uruguaia, que teve três zagueiros levando cartão amarelo. E quando Neymar recebeu em profundidade, não teve para ninguém. O camisa 10 ganhou de Gastón Silva e de Godín e tocou com extrema categoria, encobrindo o goleiro.

E para fechar a conta, Paulinho ainda fez mais um, provando que Tite acertou quando o resgatou no limbo do futebol chinês. Foi de cabeça, após o cruzamento de Daniel Alves. Técnica e organização, talento e tática. Aliando enfim dois pontos fundamentais do futebol, a seleção brasileira está a um ponto de se garantir na Copa do Mundo da Rússia.