Em noite de Ronaldo, Brasil bate Argentina no Mineirão

O atacante Ronaldo, mesmo fora de forma, foi o dono da vitória por 3 a1 do Brasil sobre a Argentina ontem à noite, no Mineirão. Talvez inspirado por voltar ao estádio no qual, jogando com a camisa do Cruzeiro, revelou-se para o mundo, o jogador deu show de bola. Sofreu três penalidades e converteu as três – a primeira teve de ser repetida e a terceira foi duvidosa. A vitória valeu a liderança do Brasil nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa da Alemanha, de 2006. O próximo jogo pela competição, será domingo, contra o Chile, em Santiago, às 22h30.

Não fosse o brilho de Ronaldo, daria para dizer que o Brasil teve mais sorte que juízo, especialmente no primeiro tempo. Sem padrão de jogo e com um vácuo entre ataque e defesa – que falta faz Ronaldinho Gaúcho! – , todos os gols surgiram de jogadas individuais do Fenômeno.

Na primeira etapa, tirando o lance da penalidade e uma cobrança de falta perigosa de Roberto Carlos, que tirou tinta da trave, o Brasil nada fez, além de se defender. Cada subida argentina ao ataque, era um suplício para o sistema defensivo. Sem conseguir segurar a bola na frente, o Brasil era vulnerável e os argentinos subiam com uma facilidade impressionante. E o passeio na área era ainda mais livre, permitido especialmente por Roque Júnior, em mais uma noite infeliz. Para sorte do Brasil, a pontaria argentina não funcionou.

A pressão argentina foi reconhecida por Ronaldo na saída para o intervalo. “Depois do gol, recuamos e demos espaço à pressão.” Apesar da constatação previsível, o técnico Parreira optou por não atender ao pedido da torcida, que aos 30′ gritava o nome do habilidoso meia Alex, a solução mais lógica para solucionar o problema de armação na meia-cancha.

Sem o mexe-mexe, a solução foi Ronaldo ir buscar a bola no meio. E foi justamente numa jogada individual que ele sofreu mais uma falta na área, desta vez de Mascherano. Mais um: 2 a 0.

A confiança adquirida com o segundo gol fez o time do Brasil tomar as rédeas do jogo, mesmo que ainda sem padrão. Para tentar reverter isso, Parreira atendeu a galera e mandou Alex para o jogo, no lugar de Kaká. Juninho Pernambucano deu lugar a Júlio Baptista. Com a melhor toque de bola, a torcida brasileira ensaiou o grito de “olé”. Para quem passou tanto aperto na etapa inicial, o grito era mais um desabafo. Mas a Argentina não estava morta. Num contra-ataque rápido, Crespo recebeu cruzamento e carimbou a trave. No rebote, Sorín descontou. A pressão voltou a mudar de lado, mas a noite era mesmo de Ronaldo. Aos 48′, ele recebeu pela direita avançou para a área e deixou Caballero tocar seus pés: pênalti. Na cobrança, 3 a 1 e a confirmação da liderança brasileira.

Chile usa o frio da noite

São Paulo

– Desta vez, a Globo é inocente. Foram os cartolas da Conmebol, em parceria com os da Federação Chilena, que determinaram o horário de 21h30 (22h30 de Brasília) de domingo para a partida em Santiago, entre Chile e Brasil, pela 7.ª rodada das Eliminatórias da Copa de 2006.

Para os responsáveis pelo futebol no Chile, o frio por lá nessa época do ano pode ajudar a seleção local. A própria Globo, responsável pela transmissão dos jogos do Brasil, desaprova o horário, considerado inadequado – às 22h30 de um domingo – para sua grade de programação.

Mas os chilenos estão adorando a idéia. Apostam que o fato de a temperatura estar baixa nessa época do ano em seu país, pode favorecer os jogadores da seleção nacional contra um time de atletas nascidos num território tropical.

“Imagine, que agora à tarde, (14h lá) estamos com cerca de 5.º centígrados em Santiago. À noite, deve estar bem mais frio ainda”, disse Rodrigo Fontealba, repórter do La Tercera, um os mais importantes jornais chilenos.

Pelas Eliminatórias, além de Chile e Brasil (22h30 na Globo), háverá mais quatro jogos no domingo: Argentina x Paraguai (15h na ESPN Brasil), Colômbia x Uruguai, Equador x Bolívia e Peru x Venezuela.

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