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| Para reformar Interlagos, é necessário grande investimento. E, até agora, ninguém se habilitou. |
São Paulo (AE) – Com a saída do circuito Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, do calendário da Fórmula 1 em 2007, Interlagos passa a ser o autódromo dotado de menos recursos dentre todos no campeonato.
Em palavras mais rasas, quase tudo é apertado e feio no circuito que recebe o GP do Brasil, em São Paulo, para não se mencionar a condição do asfalto, motivo de gozação entre os pilotos há tempos. Mas tudo isso pode mudar se for levado adiante o projeto ?Interlagos 6 Estrelas?.
A iniciativa é ousada. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, já manifestou seu desejo de transformar Interlagos num ?centro de referência.? A idéia é revitalizar o que existe e criar nova infra-estrutura, o que daria multiplicidade de uso à área de 1 milhão de metros quadrados do autódromo, permitindo até mesmo à população usufruí-la, já que está prevista a construção de um centro educacional esportivo e um parque público, com áreas de lazer, dentre outras obras.
Dentre as possibilidades que se apresentam para Interlagos caso passe mesmo por uma reforma estrutural, está a de receber uma etapa do Mundial de MotoGP. Assim, São Paulo poderia assistir de perto a exibições de talentos como o do piloto italiano Valentino Rossi.
?Nós já levamos à São Paulo Turismo o projeto de pista que permitiria sediar o evento?, diz Moacir Gallo, que já promoveu o GP do Brasil de MotoGP no Rio de Janeiro. Claude Danis, o delegado de segurança da Federação Internacional de Motociclismo (FOM), visitou Interlagos e orientou o que deveria ser feito.
?Nós já entregamos o projeto ao presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), que, por sua vez, o encaminhou para a Federação Internacional de Automobilismo (FIA)?, contou Moacir Gallo.
Charlie Whiting, delegado de segurança da Fórmula 1, irá analisar no novo projeto se não há comprometimento do traçado utilizado pela categoria. ?A prioridade é a F1, como destacou o prefeito?, lembrou Moacir Gallo.
O projeto de traçado é algo absolutamente novo em toda a história de Interlagos, que sempre se caracterizou por ser no sentido anti-horário. Agora, a proposta é de inverter o sentido, torná-lo horário. Sua execução, porém, é complexa. ?Tudo em engenharia é possível?, afirma o diretor do autódromo, Chico Rosa. ?Mas o modelo estudado é caro, de execução demorada e tem ainda de receber aprovação da FIA. Se puder ser levado adiante, tudo bem, será uma honra para São Paulo receber também o mundial de motos?.
A questão básica também é saber quem paga a conta, estimada em cerca de US$ 7 milhões. ?Há interesse da São Paulo Turismo de se estudar mecanismos de viabilizar o projeto?, explica Roberto Henrique de Seixas Corrêa, gestor do autódromo.