É dia de festejar o título paranaense

É hoje! Passado o jogo do Atlético pela Copa Libertadores, a cidade voltou a respirar somente o clima do clássico decisivo do campeonato paranaense. E que Atletiba deve acontecer, às 15h50, na Kyocera Arena! Depois da "choradeira", antes do primeiro jogo da final, as duas equipes partem agora para a confirmação. Se de um lado o Coritiba quer fazer valer a vantagem alcançada domingo passado para ficar com o tricampeonato, o rubro-negro tenta provar que a vitória sobre o América é prenúncio de uma nova era pelos lados da Baixada. Confiantes, as duas torcidas esgotaram os ingressos e já prepararam a festa.

Após vencer o rival por 1 a 0 no primeiro confronto, no Pinheirão, o alviverde assistiu de camarote a crise que sacudiu o Furacão. Em clima de "não estou nem aí" com a queda do "pato novo" (ops, Casemiro Mior), os coxas-brancas só quebraram o gelo para "elogiar" a roupa do presidente rival, João Augusto Fleury da Rocha, e colocar mais lenha na fogueira após o sorteio de Henrique França Triches para comandar o clássico. Tudo normal em véspera de encontro entre os dois rivais. Coisa de irmãos.

Nem o gancho de 60 dias tomado pelo técnico Antônio Lopes abalou o ambiente alviverde. Muito pelo contrário. Conseguiu um efeito suspensivo e pisará novamente na Arena para tentar seu terceiro título paranaense (ele tem um pelo Paraná Clube e outro pelo Coritiba) e terceiro consecutivo (o treinador ganhou em 2003 o carioca pelo Vasco da Gama). Sua equipe está completa, conta com o retorno de jogadores importantes e basta não levar gol para sair da Arena novamente campeão, ou empatar, com qualquer resultado.

Como perdeu a partida, o rubro-negro precisa fazer dois gols de diferença no tempo normal ou um gol para levar a disputa para a prorrogação ou as cobranças de pênaltis. Com qualquer outro resultado terá que ouvir que sua casa é salão de festas, como aconteceu no ano passado. Com medo do pior, a diretoria atleticana mandou Mior embora e trouxe Edinho Nazareth para arrumar o time. Pelo futebol apresentado na quinta-feira, ainda falta muito, mas a disposição é outra e a vitória sobre o América era o aditivo que todos queriam para entrar em campo e acabar com a hegemonia dos coxas.

CAMPEONATO PARANAENSE
Atlético x Coritiba
Atlético: Diego; Danilo, Baloy e Marcão (Durval); Etto, Alan Bahia, Fernandinho, Fabrício e Marín; Dênis Marques e Aloísio. Técnico: Edinho Nazareth

Coritiba: Fernando; Rafinha, Miranda, Nascimento e Rubens Jr; Márcio Egídio, Capixaba, Rodrigo Batata e Marquinhos; Marciano e Nunes. Técnico: Antônio Lopes

Súmula
Local: Kyocera Arena
Horário: 15h50
Árbitro: Henrique França Triches
Assistentes: Roberto Braatz (Fifa) e Francisco Aurélio do Prado

Concentração e expectativa pelo tri

Cahuê Miranda

Atletiba decisivo. Emoções à flor da pele. A ansiedade toma conta de alviverdes e rubro-negros. Se o maior clássico do Estado mexe com os torcedores, com quem entra em campo não é diferente. Pelo menos é o que garantem os jogadores do Coritiba.

Segundo eles, a expectativa é imensa e a possibilidade de fazer um gol ou uma jogada decisiva faz parte do enredo de sonhos e pensamentos. "O Coritiba sem o Atlético não seria o mesmo e vice-versa. É um clássico diferenciado. Eu já joguei na Bahia e lá o povo é apaixonado por futebol. Mas aqui é muito mais disputado. Ninguém aceita perder", diz o capitão Reginaldo Nascimento.

O mesmo pensa o zagueiro Miranda, que também ressalta a importância do Atletiba. "É um clássico que pára a cidade. Com certeza o estádio vai estar lotado. É o momento em que a gente tem que dar o máximo", diz o xerife coxa-branca.

Para o lateral Rubens Júnior, que tem escalação garantida após cumprir suspensão na primeira partida da final, a disputa do título é o ponto culminante do trabalho de toda uma temporada. "Trabalhamos muito e metade do caminho já foi cumprida. A ansiedade é muito grande, mas ela vai só até começar o jogo. Depois a concentração é total", garante.

Pelo tri

Se a expectativa de ser campeão já mexe com as emoções, a possibilidade de ser tricampeão deixa tudo ainda mais emocionante. E ela é real para Nascimento e o goleiro Fernando, que participaram das conquistas de 2003 e 2004. Nascimento também se orgulha com a chance e diz que a responsabilidade de uma conquista tão importante não atrapalha. "Ela pesa para o lado positivo. Fico feliz de ter a oportunidade de disputar três finais consecutivas. A gente até sonha acordado com o jogo. Isso engrandece meu trabalho e a gente fica cheio de vaidade. Se acontecer, nossos nomes vão ficar na história", sonha o capitão alviverde.

Marcão, a dúvida do Atlético para a definição

O zagueiro Marcão é a única dúvida do técnico Edinho para escalar o Atlético para a decisão de hoje contra o Coritiba pelo campeonato paranaense. Ele sofreu uma lesão na coxa esquerda e fará tratamento até momentos antes da partida. Caso não possa atuar, Durval deverá entrar em seu lugar. No restante da equipe, a única novidade será a presença do ala-esquerdo Etto, no lugar de Jancarlos. A partida está programada para às 15h50, na Kyocera Arena.

A contusão de Marcão aconteceu na partida de quarta-feira, contra o América de Cali, pela Copa Libertadores. Como o tempo de recuperação é muito curto, o departamento médico está trabalhando para deixar o atleta em condição. O zagueiro sofreu uma lesão no músculo posterior da coxa esquerda, mas está disposto até a jogar no "sacrifício". "Precisamos reverter a vantagem, pois estamos em nossa casa. O Coritiba irá começar o jogo como campeão, mas se vai ser campeão, só depende de nós", analisa.

Caso ele não possa atuar, o substituto natural será Durval, que também é canhoto e vem mostrando um bom futebol quando entra na equipe. Além dessa possibilidade, a única novidade será Etto, que retorna ao time, pois não estava inscrito na Libertadores. No ataque, Dênis Marques será mantido apesar das más atuações. Edinho quer dar um voto de confiança e aposta na recuperação do jogador. (RS)

Coritiba preparado para uma decisão por pênaltis

Pênaltis. A idéia não agrada ninguém no Coritiba. Porém, caso o clássico de hoje termine com a vitória do Atlético por um gol de diferença e o resultado permaneça após trinta minutos de prorrogação, a decisão do estadual vai para as penalidades. E nesse caso é essencial que todos estejam bem preparados para não deixar o título escapar.

Por isso o técnico Antônio Lopes fez questão que o time treinasse cobranças ao longo de toda a semana. Dedicação perfeitamente compreendida por todos os jogadores do Cori. "Não queremos decidir nos pênaltis, mas é uma possibilidade. Então, para chegar lá e não ter nenhuma surpresa, a gente já vem treinando desde o começo da fase eliminatória", diz o capitão Reginaldo Nascimento.

Nos treinos, o destaque foi para o aproveitamento de Capixaba e Reginaldo Vital, que pode entrar na partida para participar das cobranças. Quem também se destaca é o goleiro Fernando, que tem se mostrado um especialista na função.

Porém até mesmo quem não faz parte de uma suposta lista de prováveis batedores garante que está preparado para assumir a responsabilidade. "Se caso for necessário, com certeza vou estar confiante e pronto para bater", garante Miranda. (CM)

Transmissão da TV não está garantida para hoje

Carlos Simon

Quem pagou ingresso, vai assistir. Quem não comprou, só poderá ouvir pelo rádio a finalíssima do campeonato paranaense – a não ser que esteja no interior ou no litoral do Estado. A não ser que haja uma ordem em contrário em cima da hora do jogo, a diretoria do Atlético mantém o veto para transmissão televisiva do Atletiba de hoje para a capital.

O presidente atleticano, João Augusto Fleury da Rocha, alega que o contrato assinado com a TVE e a RPC, através da empresa Ethisports, não obriga o clube mandante a liberar as imagens para a cidade onde se realiza a partida. "A TV paga muito pouco para transmitir o jogo para a capital. Ainda que o estádio esteja cheio, cria-se um desestímulo a quem compra o pacote", afirma Fleury. O dirigente afirmou ainda que o clube poderia reclamar da geração de imagens dos jogos contra Malutrom, na primeira fase, e contra o Coritiba, na primeira partida da decisão, mas não o fez para não deixar uma ïmagem "antipática".

Fleury abre, porém, uma possibilidade de acordo. "Eu não censuro a TV, mas não permitiremos a transmissão a menos que eles resolvam vir negociar com a gente", afirmou.

O diretor de esportes da RPC, Gil Rocha, confirma que o Atlético tradicionalmente cria empecilhos para a liberação de imagens na mesma praça do evento. "É uma questão filosófica deles. Mas estaremos negociando até onde for possível", falou.

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