São Paulo – ?O presidente Dualib tem 80 anos e está engolindo sapo até hoje. Acho que a gente tem que ir por essa linha para tentar resolver a situação.?
O recado de Carlos Alberto não poderia ter sido mais direto. Leão terá de ceder porque, no Corinthians, tudo está pronto para o retorno do jogador à equipe. Os corintianos treinam escondidos em Jarinu desde segunda-feira e se preparam para o duelo contra o Cruzeiro domingo, no Pacaembu.
O meia de 21 anos, afastado do time após discussão com o técnico Emerson Leão na partida contra o Lanús, semana passada, permaneceu em São Paulo. Tem, inclusive, treinos programados até sábado, em dois períodos, no Parque São Jorge. Mas dificilmente precisará cumpri-los. Hoje, deve ser reintegrado ao grupo, depois de conversar com o treinador. Com o aval de Alberto Dualib.
O jogador foi recebido por Dualib – ?o homem que é a força maior do clube?, conforme disse Carlos Alberto -, na sede social corintiana ontem. Conversou com o dirigente por pelo menos duas horas. Do encontro, saiu com viagem marcada para Jarinu.
?Estou indo para Jarinu para conversar. E que fique bem claro que é preciso deixar as vaidades de lado. Acho que na vida a gente não pode ser tão radical?, ponderou Carlos Alberto. ?Quero aparar as arestas e tentar ajudar o Corinthians, porque é o que eu mais quero.?
Gaviões pressionam
São Paulo – Quando Leão assumiu o Corinthians, disse com todas as letras que respeitava o torcedor, mas que o lugar dele era na arquibancada. Em resumo: não aceitava interferência em seu trabalho. Pois os torcedores saíram da arquibancada: às 22h30 de terça-feira, um grupo de 15 torcedores da Gaviões da Fiel esteve na Estância Santa Filomena, em Jarinu, para pressionar o time.
O grupo cobrou dos assustados jogadores o fato de o time estar na zona do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Leão permitiu a entrada de todos eles.
A imprensa foi barrada.
Os atletas mantêm-se afastados dos jornalistas.
?Nós fomos lá para marcar posição. O Corinthians não pode cair para a Segunda Divisão. Nós apresentamos para o time o nosso projeto para os nove jogos que ainda faltam.
O time tem de ganhar já. Fomos dar apoio, mas fomos cobrar também. O nosso recado foi dado?, disse o presidente da Gaviões, Wellington Rocha Júnior. Ele disse que tudo aconteceu ?numa boa?, sem sobressaltos.