Dirigente paranista nega lista de dispensas

O vice de futebol Aramis Tissot não se arrepende das declarações pós-jogo, em Santo André. No calor da derrota, falou com todas as letras que há jogadores que não podem mais vestir a camisa do Paraná Clube. O dirigente, porém, não pretende divulgar nenhuma “lista” de dispensas, tampouco afastar jogadores dos treinamentos com o grupo.

Paraná Online: Afinal, haverá dispensas?

Aramis Tissot: Nunca falei em lista de dispensas. Sustento a minha posição de que há jogadores que não podem mais atuar pelo Paraná, mas não iria chegar aqui simplesmente mandando jogadores embora. Há muita coisa envolvida: procuradores, familiares.

Até porque, não houve nenhum caso de indisciplina e esses atletas nunca deixaram de trabalhar com profissionalismo. É uma questão estritamente técnica. Amanhã, eles podem ir para outro clube e jogar muito bem. Isso faz parte do futebol.

Você não teme que isso possa gerar uma intranquilidade no grupo?

Tissot: Não creio. Futebol é pressão o tempo todo. Nós somos pressionados para montar um bom time, para voltar à Primeira Divisão. Quando o Paraná perde, nem saio de casa, pois fico muito abatido. Então, os jogadores têm que encarar a cobrança e a pressão. Faz parte da profissão. Há pressão para buscar um lugar no time, para jogar bem, para vencer.

Paraná Online:
O Paraná não teria enchido demais a prateleira?

Tissot:
Não acho que contratamos muito. Primeiro: iniciamos a temporada com apenas um jogador vinculado. No futebol, você precisa de mais ou menos trinta atletas no elenco.

Paraná Online:

Além disso, no meio do caminho perdemos jogadores por lesão e outros acabaram negociados, como o João Paulo, o Toscano e o Gílson. Tínhamos que repor peças.

Segundo: muitas dessas contratações são apostas para o futuro e vieram sem custo para o clube (Paulo Henrique, Júnior e Fernando Gabriel). Terceiro: Todos esses contratos têm início, meio e fim. Tive o cuidado de não deixar pontas soltas para impedir futuras ações. Até em eventuais rescisões unilaterais.

Paraná Online: O senhor garantiu a permanência do Marcelo Oliveira. Houve resistência interna?

Tissot: Não. Sou muito claro na minha avaliação da comissão técnica. Em Santo André, o Marcelo me deixou à vontade para decidir sobre uma mudança. Só que não foi ele nem eu quem perdeu aqueles gols. Um treinador nunca será unanimidade e, se sentir que o grupo não está mais respondendo ao trabalho, mudo, sem problemas.