Diego e Ilan discutem no treino do Atlético

O clima esquentou, ontem no CT do Caju, no coletivo-apronto do Atlético para enfrentar o Vasco da Gama, amanhã, no Rio de Janeiro. Já não bastasse a crise que insiste em pairar sobre as cabeças rubro-negras, o goleiro Diego não suportou as cobranças do atacante Ilan por melhores reposições de bola e ficou furioso. Por alguns minutos, o treino parou enquanto os dois desabafavam e deixavam transparecer para a imprensa o atual estado das coisas no clube. Após o trabalho, os dois voltaram a conversar amistosamente, se abraçaram e colocaram uma pedra sobre o assunto, já que nenhum deles quis dar declarações a respeito da discussão.

Apesar dos beijos e abraços, a coisa não começou ontem nem há garantias de que está encerrada. Durante a partida contra o Santos, após o primeiro gol, os próprios Diego e Ilan, além do volante Leomar, ficaram se apontando e fazendo cobranças sobre as responsabilidades sobre a falha na marcação sobre o atacante Nenê. Na coletiva após o jogo, Ilan não quis entrar em detalhes sobre os dedos indicadores mostrados uns para os outros. “Não podemos revelar tudo o que se passa aqui dentro para a imprensa, se não vai ser pior ainda”, disse.

Ontem, nem isso os dois quiseram comentar. Diego fez uma reposição de bola que caiu nos pés do time reserva e Ilan reclamou. O arqueiro não se conteve e disparou: “Quem você pensa que é? Você está com muita frescura!”, disse o melhor jogador do time nas últimas partidas. Ilan questionou se Diego sabia o que era o clube, por ter chegado apenas no começo do ano. Diego disse que sim e aí começaram as ofensas morais. Os reservas aproveitaram o bate-boca entre os dois titulares para marcar um gol.

Com os ânimos serenados, o capitão Leomar entendeu como normal a troca de ofensas entre os dois. “Isso aí tem que acontecer até no jogo porque chama a atenção do jogador, que fica em alerta. É normal, já conversaram e já pediram desculpas, um para o outro”, disse à Tribuna. Para ele, essa discussão não vai afetar o bom relacionamento do grupo. “Eles colocaram tudo em dia e continua normalmente o trabalho e vamos trabalhar para que o nosso desempenho melhore e a gente possa ir bem para disputar esse jogo contra o Vasco”, destacou.

Para o técnico Osvaldo Alvarez, essa era a hora de o time brigar mesmo. “Ainda bem que aconteceu. Acho que está na hora de a gente brigar um pouquinho. Tem que discutir as coisas que tem que ser resolvidas dentro de campo. Esse problema de sair jogando tem que ser resolvido”, analisou. Para o treinador, o mais importante é que os dois já acertaram os ponteiros. “Nós temos que citar também o que aconteceu depois, o Ilan foi lá conversar e eles já se acertaram”, finalizou.

Alex Mineiro tem missão de colocar time nos eixos

Que responsabilidade! O atacante Alex Mineiro, herói do título do Brasileirão de 2001, está de volta e com a missão de recolocar o time nos eixos. Diante do Vasco, o Atlético busca a primeira vitória fora de casa, a reabilitação no campeonato brasileiro e um pouquinho de paz para iniciar o segundo turno com mais tranqüilidade e acalmar os ânimos que andam para lá de exaltados pelos lados do CT do Caju. Apesar de ainda não estar confirmado pelo técnico Osvaldo Alvarez, o artilheiro está ansioso por voltar a vestir a camisa rubro-negra. A partida contra os cariocas está programada para amanhã, às 18 horas, em São Januário.

“Estou preparado. Foram duas semanas de trabalho intenso para recuperação da massa muscular, não estou 100%, mas estou à disposição para poder fazer uma grande partida diante do Vasco e buscar um grande resultado fora de casa”, analisa à Tribuna o jogador. Apesar da responsabilidade, Alex Mineiro aposta da força do conjunto do time para que o Furacão possa sacudir a poeira. “Temos o segundo turno inteiro pela frente e não só eu, como essa equipe vai ter a oportunidade de dar a volta por cima e conseguir grandes resultados”, confia.

Mesmo com o prestígio em alta e a expectativa de boas atuações devido às finais de 2001, Alex aposta na tranqüilidade como o principal remédio para tirar o time da atual situação na tabela. “O time não está passando por um momento muito bom dentro do campeonato, temos que ter bastante tranqüilidade porque o grupo tem valores individuais com muita qualidade”, aponta. Mesmo assim, ele descarta o rótulo de salvador da pátria. “Eu sou um jogador conhecido pelos companheiros, que também têm qualidade, e junto com eles quero entrar em campo para ajudá-los a sair desse momento. Agora é pensar apenas no grupo e reverter essa situação”, finaliza.

Após marcar oito gols em quatro jogos e praticamente garantir o inédito título de campeão brasileiro para o Atlético, Alex Mineiro passou por um 2002 muito difícil. No começo do ano passado, passou por uma cirurgia no púbis e demorou a se recuperar. Como o time não ia bem, seu futebol acabou não aparecendo tanto, mas despertou o interesse do Tigres, do México. No começo deste ano, foi emprestado aos mexicanos e quando começava a se adaptar ao novo clube foi preterido pelo técnico argentino Neri Pumpido e retornou ao Brasil. Disputado por Vitória, São Caetano e Corinthians, acertou seu retorno ao Atlético e passa a ser a principal estrela do time na Baixada no segundo turno do Brasileirão.

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