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Destaque no Rio Branco, Maurílio não esconde vontade de treinar o Paraná

Após chegar à decisão da Taça Dionísio Filho, Maurílio não resistiu a duas derrotas. Foto: Divulgação/Rio Branco SC

No domingo, o Rio Branco, de Paranaguá, disputará com o Coritiba a Taça Dionísio Filho, que marca o final do primeiro turno do Campeonato Paranaense. Apesar da campanha irregular, o Leão da Estradinha tem o mérito de chegar a essa decisão. O time não perdeu para as equipes da capital. No primeiro turno, empatou com o Coritiba em 1 a 1 e venceu o Paraná Clube por 2 a 0. Na semifinal, segurou o empate em 0 a 0 com o Atlético no tempo regulamentar e, nas penalidades, garantiu sua vaga para disputar o caneco. À frente desses resultados está o técnico Maurílio Silva.

O ex-atacante, que fez história como jogador no Paraná Clube, é quem comanda o Leão da Estradinha, e mesmo com a caminhada instável do time na competição, já que nessa primeira etapa foram quatro empates e uma única vitória que foi contra o Tricolor, acredita que o time do litoral tem chances de comemorar o título.

“Quando enfrentamos os três times da capital, falei para os jogadores que era possível ganhar. Nada é impossível! Não perdemos para nenhum deles. Estamos trabalhando forte para este jogo e vamos fazer com que os atletas se dediquem. O Coritiba tem a vantagem, e até a obrigação de vencer e temos respeito, mas vamos fazer o melhor”, desse o técnico à Tribuna do Paraná.

Antes de assumir como treinador do time parnanguara, Maurílio morava em Fortaleza e percorreu o Nordeste comandando cerca de 14 equipes da região. Quando surgiu o convite para treinar um clube da região Sul, ele viu ali uma oportunidade para mostrar seu trabalho ao Brasil.

“Treinei muitas equipes, mas no Nordeste tudo é muito distante das demais regiões do país. Somos muito julgados por comandarmos equipes menores, não temos notoriedade, mesmo quando fazemos um bom trabalho. O Pedro Potevin me chamou para vir para o Rio Branco e eu aceitei, pois sei que assim posso estar ‘na vitrine’não só no Sul, mas também no Sudeste”, explicou o ex-atleta.

Todos os empates com gols do time, não vieram da melhor maneira. Em todas as ocasiões, o Rio Branco cedeu o placar igualado e, por isso, o técnico fez questão de trabalhar os atletas para que essa situação não se repetisse. “Depois do jogo contra o Maringá, fizemos um trabalho específico à exaustão. Foi um trabalho técnico e emocional que deu certo”, comentou.

Um dos destaques do time é o goleiro Jhones, que além de se mostrar fundamental para segurar o empate durante os 90 minutos contra o Atlético, nas cobranças deixou o seu.

“O Jhones é um atleta que eu trouxe. Ele teve um problema emocional e chegou a ser expulso no primeiro jogo pelo campeonato. Fizemos um trabalho com ele, porque confio no atleta, e agora está tudo sob controle. Já trabalhei com ele em três times (Guarani de Juazeiro, Floresta, Uniclinic) e sei que ele pode ser decisivo no jogo de domingo”, contou.

Maurílio na época em que vestia a camisa do Tricolor. Foto: Arquivo.
Maurílio na época em que vestia a camisa do Tricolor. Foto: Arquivo.

“Não pensaria duas vezes”

O ex-jogador paranista não escondeu que gostaria de ter uma chance de comandar o Tricolor da Vila Capanema, já que o time, desde a saída do técnico Wagner Lopes, não anunciou ninguém para a função. Decisivo para que o time fosse campeão brasileiro na Série B em 1992 e também campeão paranaense em 1991 e 1995, Maurílio sentiria-se contente em voltar ao clube em que viveu tantos momentos de conquista.

“Se houvesse o convite não pensaria duas vezes. Ficaria muito feliz em treinar o Paraná, mas tenho que deixar claro que, hoje, não tenho influência no clube, então não houve nenhuma conversa”, revelou.

Procurada para comentar sobre a possibilidade de Maurílio comandar o Tricolor, os porta-vozes paranistas disseram que têm admiração e respeito ao técnico, porém não é o momento para que ele assuma a função no clube.

Mesmo sem a chance que deseja no momento, é certo que o ex-atacante quer mostrar trabalho e levantar o título da Taça Estadual pelo Rio Branco.

“Sou profissional e vou defender o Rio Branco com muita garra. Quero conquistar meu espaço com trabalho”, finalizou.