Desta vez até o árbitro jogou contra

De um lado Borges, do outro Roger. Paraná Clube e Ponte Preta confiavam mais que nunca em seus atacantes artilheiros, tanto que foram escalados sem companheiros na partida de ontem no Pinheirão. E, talvez pela igualdade de sistemas táticos, o jogo acabou ficando no 1×1 – um gol de Borges, outro de Roger. Mas o Tricolor deixou o campo reclamando com razão, pois o árbitro Alício Pena Júnior anulou um gol legal de Wellington Paulista.

No início da partida, dava dó ver Borges e Roger. Os dois atacantes ficavam isolados, enquanto muitos jogadores se aglomeravam no meio-de-campo – coincidência (ou não), ambos foram os únicos advertidos pela arbitragem no primeiro tempo. Paraná e Ponte Preta, além de jogarem com apenas um atacante, tinham somente um homem de criação – Thiago Neves do lado tricolor, Harison do lado da Macaca. E volantes e zagueiros sobravam, fazendo com que a partida se encaminhasse para muitas dificuldades, principalmente para os donos da casa, que buscavam o controle tático da partida.

Aos poucos, o Paraná foi encontrando espaços – e, ao mesmo tempo, cedendo terreno para a Ponte. Borges começou a levar vantagem sobre os defensores adversários, mas do outro lado Roger aproveitava a atuação em linha da trinca de zagueiros do Tricolor. Para piorar, Thiago e Beto perdiam ótimas oportunidades -numa delas, Borges cruzou e o capitão paranista deixou a bola escapar.

Para deixar tudo igual, a Ponte também teve duas oportunidades: na primeira, Roger apareceu livre e chutou para fora; na segunda, Harison lançou e o artilheiro do Brasileiro não perdoou. Ele driblou Marcos e venceu Flávio (que estava com a camisa 12, porque a 1 era parecida com o uniforme da Ponte Preta). Dali em diante, o Paraná teve mais dificuldade para criar – com o resultado favorável, os visitantes se fecharam de vez. "Nós temos que usar os lados do campo. Não temos jogadores de criação, e precisamos jogar pelas laterais", explicou o técnico Lori Sandri, que ainda na primeira etapa sacou Rafael Mussamba e colocou Wellington Paulista.

E o atacante começou a mostrar serviço no início do segundo tempo, que parecia uma repetição exagerada do primeiro – o Paraná tentava chegar e a Ponte Preta era perigosa nos contra-ataques. Mas valia o esforço dos tricolores, e Wellington conseguiu bom passe para Borges, que fez jogada de centroavante -na entrada da pequena área, virou o corpo e tocou sem chances para Mário Aranha. Era o gol do empate.

Empolgado, o Paraná partiu para cima – já contando com Goiano, que entrou no lugar de Alex. E fez o segundo gol com Wellington Paulista, aproveitando o rebote de Aranha. Mas nem houve tempo para festejar: o gol foi erradamente anulado pela arbitragem, que apontou impedimento do jogador tricolor. "Ele anulou um gol legítimo do Paraná, e para mim o lance da Ponte Preta foi irregular. Além disso, ele amarrou o nosso time", atirou o vice-presidente José Domingos Borges Teixeira.

CAMPEONATO BRASILEIRO
PARANÁ 1×1 PONTE PRETA

Paraná: Flávio; Daniel Marques (Everton Cesar), Aderaldo e Marcos; Alex (Goiano), Rafael Mussamba (Wellington Paulista), Beto, Mário César, Thiago Neves e Vicente; Borges. Técnico: Lori Sandri

Ponte Preta: Mário Aranha; Rissut, Galeano, Rafael Santos e Bruno; Ângelo, Carlinhos, Everton, Danilo (Kahê) e Harison (Luciano Santos); Roger. Técnico: Oswaldo Alvarez

Súmula
Local: Pinheirão
Árbitro: Alicio Pena Junior (MG)
Assistentes: Pedro Alcântara Campos (MG) e Helberth Costa Andrade (MG)
Gols: Roger 31 do 1º; Borges 21 do 2º
Cartões amarelos: Borges (PR); Rafael Santos, Ângelo, Danilo, Roger (PP)
Renda: R$ 46.522,00
Público: 5.209 (4.614 pagantes)

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