Onaireves Moura deixou ontem à tarde seu aposento na Superintendência da Polícia Federal no Paraná para prestar esclarecimentos à Justiça Federal. E a defesa do presidente da Federação Paranaense de Futebol deixou o prédio localizado no bairro do Juvevê confiante, tanto que irá pedir o habeas corpus do dirigente na segunda-feira -portanto, Moura permanece na PF durante o final de semana.
O presidente da FPF prestou depoimento ao juiz substituto da 3.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, Leoberto Simão Schmitt Júnior, e explicou seu envolvimento com bingos na cidade de Ponta Grossa – o inquérito sobre o caso, elaborado pelo Ministério Público Federal, resultou na prisão do dirigente no dia 13 de março. Moura é acusado de sonegar mais de R$ 3 milhões em impostos federais, de usar laranjas para regularizar as atividades e de formação de quadrilha.
O depoimento durou pouco mais de três horas, e o advogado de Onaireves Moura, Vinícius Gasparini, afirmou que o dirigente da FPF explicou a sua situação com os bingos. ?Ele deixou bem claro que não está envolvido com a história, e que tudo estava certo quando ele deixou a sociedade?, comentou. Gasparini confirmou que pedirá o habeas corpus na segunda. ?Estamos bastante confiantes, as coisas estão se encaminhando bem?, disse o advogado, para quem Moura disse estar tranqüilo. ?Foi um depoimento muito bom, e ele retornou sem problemas à Polícia Federal.?
Na mesma sessão foram ouvidos três supostos sócios de Moura – Jair Leite, Marcos Antônio da Silva e Renato Assis Rolim de Moura.
A advogada do trio, Cinthia Alferes Chueire, do escritório do ex-presidente da OAB-seção Curitiba, Michel Saliba de Oliveira, disse que seus clientes preferem não emitir comentários para a imprensa. Na terça-feira, outros três acusados de envolvimento no esquema – Elilton Dias Coradassi, Airton José Dias Coradassi e Bento de Oliveira Bueno – prestaram depoimento na 1.ª Vara Federal de Ponta Grossa.