Debandada no departamento de futebol atleticano

Hoje deve ser mais um dia quente nos bastidores do Atlético, envolvendo mais uma vez o departamento de futebol. Agora, são Valmor Zimermann e Ademir Adur que devem ter suas saídas confirmadas. Na segunda-feira, o gerente Ocimar Bolicenho pediu demissão e deflagrou a crise que afeta o principal setor do clube.

Diante da iminente debandada de dirigentes, a expectativa maior fica por conta da permanência de Adilson Batista. Embora o treinador tenha dito que não condicionou a saída de Valmor à sua, ele teria procurado o diretor e colocado tal situação. Porém, a atitude pode ter sido apenas uma tentativa do técnico de convencer o amigo a ficar no Atlético.

Ontem, antes mesmo do jogo, a informação das saídas já tinha vazado, situação que o clube tentou evitar para que os jogadores não fossem atingidos pelos problemas extracampo antes de uma partida decisiva.

Para não tumultuar ainda mais o ambiente, o presidente Marcos Malucelli preferiu não falar sobre o assunto. “É melhor você falar diretamente com eles, não vou falar por eles”, disse, antes de a bola rolar na Arena.

A saída de Valmor nada mais é que uma confirmação de um quadro que já se desenhava desde o ano passado. Em dezembro, o diretor já não queria mais ficar no cargo, mas a pedido do presidente acabou estendendo sua permanência no clube e trabalhando ao lado de Ocimar Bolicenho, com o reforço de Ademir Adur.

Mas em março, Valmor voltou a falar de sua saída. A demissão de Geninho, a mando de Malucelli, que viajou e deixou a bomba na mão do diretor para que ele resolvesse, foi o motivo.

Mas o estopim aconteceu no sábado passado. O Atlético “perdeu” o atacante Everton, do Caxias-RS, com quem estava negociando, para o rival Coritiba. Ontem, o clube divulgou nota oficial sobre o caso, afirmando que não tinha mais interesse no jogador e que não teria sido uma perda. Nos bastidores, a demora de Malucelli em responder à proposta teria irritados os diretores de futebol.