Como jogador, Alexi Stival foi herói de muitos Grenais. Depois, comandou o próprio tricolor gaúcho contra o rival Internacional, o Flamengo contra Vasco e Fluminense e o São Paulo contra Palmeiras e Corinthians. Mas ele reconhece estar particularmente ansioso nesta semana, quando disputará o primeiro clássico como técnico do Coritiba – o de domingo, às 18h10, contra o Paraná Clube.
Não será o primeiro jogo deste porte treinando uma equipe de Curitiba. Em 2003, ele venceu o Atlético e perdeu (?Dois a um, de virada?, lembra) para o Coritiba, ambos comandando o Paraná. Agora, ele estará no banco de reservas como mandante no Couto Pereira. ?Este é um fator muito importante. Eu acho ótimo ter a possibilidade de fazer um jogo destes atuando em casa?, reconhece.
Cuca também tem um lado sentimental neste clássico. ?É o primeiro pelo Coritiba, será o primeiro em casa. E é em casa realmente, porque estou na minha cidade, vou ter minhas filhas assistindo ao jogo e espero que dê tudo certo?, afirma o treinador, que se anima ao falar do clássico. ?É o típico jogo bom para todo mundo. Nós temos que pensar dessa forma e não achar que os clássicos são piores, e sim os melhores jogos?, comenta.
Ele também admite que enfrentará um adversário ?íntimo?. ?Tenho bons amigos no Paraná. O (vice-presidente) José Domingos, o (diretor de futebol) Vavá, o Flávio e o Renaldo, que trabalharam comigo. Mas nós todos, tanto aqui quanto lá, queremos o melhor para os nossos clubes e na hora do jogo vamos lutar pela vitória?, afirma.
O técnico alviverde não acredita que o tabu que o Cori detém nos últimos nove anos (são dez jogos sem perder para o Paraná no Couto Pereira) seja um assunto importante a ser tratado entre o grupo. ?É uma coisa legal para a imprensa, mas aqui não interessa. Muitos jogadores que atuaram nessas partidas não estão nem aqui nem no Paraná?, diz Cuca.
Só que o comandante coxa sabe a importância de uma vitória no clássico. ?No futebol, não há outra verdade senão a vitória. E nós queremos comprovar o nosso momento com um resultado positivo. Não vai ser fácil, vamos enfrentar um adversário complicado. Mas estaremos em casa e nosso interesse é vencer?, finaliza.
Mistério na escalação alviverde pra domingo
?É isso que vocês viram aí.? O técnico Cuca, com uma frase dessas, parecia estar encaminhando a escalação do Coritiba para o clássico com o Paraná. Mas foi exatamente o contrário – ele usou catorze jogadores no primeiro treino tático da semana e ainda espera a recuperação completa de Jucemar, Miranda e Reginaldo Nascimento. A situação, portanto, dá o tom de mistério na formação alviverde para o jogo de domingo.
Sem Jucemar, Cuca estudou como primeiro sistema de jogo o 3-5-2 com Jackson na ala-direita e Marquinhos no meio. ?Não tenho problemas em atuar nessa função. Já joguei assim no próprio Coritiba?, reconhece o meio-campista, que treinou metade do tempo nesta posição. ?É um primeiro estudo, quero imaginar outras coisas?, avisa o técnico.
O ?segundo estudo? foi a montagem do time com dois zagueiros. Alexandre Luz, que treinava no lugar de Miranda, cedeu a vaga para James, que foi para a lateral-direita. Esta opção pode ser usada caso Jucemar se recupere. ?Ele ainda está com dores no tornozelo, não era interessante usá-lo neste treino?, justifica Cuca.
Depois, Marciano entrou no lugar de Marquinhos, com o time passando a jogar com três atacantes – sistema que Cuca aprecia e que usou em boa parte do segundo tempo do jogo contra o Vasco. Depois, Tiago foi sacado e Cuca colocou Marcelo Peabiru na equipe titular. ?Ele está treinando muito bem?, elogia.
Além das observações, Cuca espera a recuperação dos zagueiros lesionados. ?O Miranda está bem e deve voltar a treinar. Mas o Nascimento continua sentindo dores e segue nos preocupando?, explica o médico William Yousef. ?Vou esperar até onde der?, garante o treinador, ganhando mais duas dúvidas para incrementar seu mistério.
Certos
Se a formação não será antecipada, alguns jogadores têm posição confortável. Vizzotto foi confirmado como titular do gol e Vágner está pronto, caso Reginaldo Nascimento fique de fora. Marquinhos vai jogar, mas não se sabe se começa a partida ou não. ?Vai depender do rendimento físico dele. É uma decisão que precisa ser bastante ponderada?, admite Cuca.