Sessão Quarentena 6: os mestres!

Sessão Quarentena
Munir Calluf com a faixa do Coritiba campeão paranaense de 1989, seu último trabalho no futebol. Foto: Isabel Liviski/Arquivo Gazeta do Povo

É muito legal poder montar as playlists da Sessão Quarentena. Fazendo isso, relembro momentos que acompanhei e que cobri como jornalista, cenas históricas e personagens muito importantes pro jornalismo esportivo paranaense e pra minha carreira.

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Por isso a sexta edição da Sessão Quarentena vai homenagear onze desses colegas. Ouvi e vi alguns, convivi e convivo com outros. Mas todos deram uma contribuição gigantesca ao esporte do Paraná.

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A Sessão Quarentena já mostrou jogos dos nossos times na íntegrahomenageou o aniversário de Cléber Machadolembrou dos Gols do Fantástico, dos programas de TV locais e dos grandes narradores de rádio. E agora, sem mais delongas, vamos viajar no tempo!

Munir Calluf

Talvez o mais completo de todos os cronistas esportivos do Paraná. Foi dirigente, técnico, comentarista de rádio, apresentador de TV, chefe de equipe esportiva… Munir sabia tudo de tudo. Convivi muito pouco, mas sempre ouvi histórias contadas pelo Domingos Moro e pelos filhos Marcelo e Miguel. Aqui um registro precioso: Munir Calluf comentando Brasil 4×1 Itália, pelo Torneio Bicentenário dos Estados Unidos em 1976. O jogo foi transmitido por uma rede de emissoras independentes lideradas pela TV Cultura (SP) e pela TV Iguaçu, o canal 4 de Curitiba. O narrador é Luiz Noriega, o pai do nosso Maurício Noriega.

Carneiro Neto

Como narrador, comentarista e colunista, um professor. Como companheiro de viagens e jantares por aí, uma das pessoas mais divertidas que eu conheço. Por trás da excelência técnica do Carneiro como jornalista, existe um espírito moleque que transforma tudo em piada. Tive orgulho de formar com ele e com o Luiz Augusto Xavier uma trinca de coberturas na rádio Cidade, e depois fomos parceiros no comentário na 98FM. Vamos ver um depoimento que ele concedeu ao Luiz Renato Ribas, na maravilhosa iniciativa dele e do Renato Mazânek de preservar a memória da nossa imprensa.

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Luiz Augusto Xavier

Já que o citei assim, o Xá entra na sequência. Fernando César o chamava de “locutor perfeito”. Capitão Hidalgo o transformou no “narrador da torcida paranaense”. De uma forma ou de outra, Luiz Augusto Xavier escreveu e escreve seu nome na história da nossa imprensa como um estilista das palavras – escritas ou faladas. Sou suspeito pra falar, porque ele me abriu as portas do jornalismo impresso. A minha gratidão a ele é eterna. Vamos também ver o depoimento dele organizado por Luiz Renato Ribas e Renato Mazânek.

Durval Monteiro

Um coração maior que ele. É a forma que acho melhor pra resumir quem foi Durval Monteiro, que veio de Astorga para conquistar Curitiba. Seu programa “A Caminho do Gol” durou décadas no rádio, e sua presença também foi marcante na televisão e nas transmissões esportivas. Durval me deu uma chance enorme ao dividir com ele, por um mês, a apresentação do Show de Notícias, nas férias do Norberto Trevisan. Eu tinha 22 anos! Confira o depoimento dele ao projeto do Luiz Renato.

Sicupira

Nada que se falar do Craque da 8 será suficiente pra definir o que ele foi como jogador no Athletico e o que ele é como comentarista. Barcímio Sicupira Júnior é uma marca do futebol paranaense na história. E continua na lida, desfilando seu talento na rádio Banda B. Trabalhei com ele por um ano, até hoje me chama de ‘garotinho’. E é uma pessoa espetacular.

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Capitão Hidalgo

José Hidalgo Neto sempre foi um líder. Escreveu assim sua trajetória no Coritiba, sendo multicampeão. Mas foi mais líder ainda na comunicação. Encarou uma passagem de atleta para comentarista com o plus de virar chefe de equipe. E faz isso até hoje. O Hidalgo também deu chance pra muito jovem repórter. Eu sou exemplo, assim como o Robson de Lazzari e o Gustavo Marques. Força, Capita! Aqui você vê um depoimento de 2012 para o Núcleo de Estudos Futebol e Sociedade da UFPR – uma iniciativa espetacular que nem sei se persiste.

Josias Lacour e Paulo Mosimann

A dupla de repórteres mais conhecida de Curitiba nos anos 1980, Josias e Foguetinho levaram a parceria para a TV. E é do canal 4 a relíquia que vamos acompanhar – uma edição do TJ Esporte, que era apresentado em rodízio pelos dois e também pelo Luiz Augusto Xavier. Ouvi a dupla em rádio por muito tempo, e foi uma emoção conhecê-los pessoalmente.

Vinícius Coelho

Em Curitiba, foram quase 50 anos de trajetória profissional, só interrompida quando ele foi trabalhar em O Globo, no Rio de Janeiro. De lá trouxe a evolução do texto jornalístico, que somada à cultura dele, fez do Vinícius um dos grandes cronistas do nosso esporte. Ele também foi apresentador no início da televisão no Paraná e narrador da TV Paranaense, hoje RPC. Vamos ver a entrevista dele ao projeto Memórias Paraná.

Fernando César

Outro registro do projeto Memórias Paraná é esse depoimento do Fernando César. Coisa rara, porque ele é muito reservado, quase silencioso no dia a dia, diferente do locutor vibrante que se eternizou na rádio Independência. O Fernando deveria ser muito mais festejado por tudo que fez na comunicação.

Lombardi Júnior

Pra fechar a Sessão Quarentena dessa semana. Também falamos dele, claro, no podcast De Letra sobre narradores. Lombardi ainda é uma referência da comunicação em Curitiba, e segue sendo venerado por seus admiradores. Não o conheci pessoalmente, mas tudo que me contam é de uma pessoa competente e amiga. Seu legado não está só nas narrações, mas também na valorização do cronista esportivo. Esse documentário em áudio foi feito pelo Sandro Michailev, então aluno da Universidade Positivo.


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