Pacaembu 80 anos: a imprensa e a participação do Coritiba na inauguração do estádio

O Coritiba no Pacaembu: em pé, o treinador Antônio Cortese, Ari, Warde, Tonico, Renato, Borges, Aryon Cornelsen, Augusto, Belico, Alfeu e Leônidas; agachados, Zequinha, Pio, Ruben, Pivo e Saul. Foto: Divulgação/Coritiba FC

Na segunda-feira (27), um dos estádios mais emblemáticos do País completou 80 anos de sua inauguração. O estádio municipal de São Paulo, que em 1961 ganharia o nome de Paulo Machado de Carvalho, mas que todos conhecemos como Pacaembu. Um dos lugares mais legais pra se assistir a uma partida, e também pra trabalhar. Mas se o “próprio da municipalidade” foi inaugurado em 27 de abril de 1940, porque um post nesta terça, dia 28?

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Porque o primeiro jogo de futebol no Pacaembu aconteceu em 28 de abril de 1940. Na véspera, rolou aquele festerê básico, feito principalmente para exaltar o então presidente Getúlio Vargas – à época, na ditadura do Estado Novo. A história da partida inaugural é conhecida: o Palestra Itália (que viraria o Palmeiras) venceu o Coritiba por 6×2, mas o primeiro gol do estádio foi marcado por Zequinha, emprestado pelo Ferroviário ao Coxa.

Mas vamos buscar outras histórias do jogo? A cobertura da imprensa vai nos ajudar. É hora de viajar no tempo!

O convite

Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

Na manchete do jornal Correio do Paraná de 26 de março de 1940, o anúncio da participação do Coritiba na festa de inauguração do Pacaembu. Reparem no estilo ousado de diagramação, bem distante daqueles ‘tijolos’ de texto da época.

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Preparação

Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

Jogos interestaduais eram raros, sequer havia uma competição nacional naquela época. E também eram raras as partidas de nossos times fora do Estado. Por isso, o Coritiba resolveu montar um esquema diferente para jogar em São Paulo – treinos às terças e quintas. Naquele tempo, era quase uma pré-temporada. Registro: no pé da notícia do Diário da Tarde de 9 de abril de 1940, a forma como se chamava o bairro do Ahú.

Os reforços

Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

Se os jogos fora do Paraná eram raros, a colaboração entre clubes era mais comum. E por isso o Ferroviário cedeu três jogadores para o Coritiba encarar o Palmeiras no Pacaembu. Foi notícia no Diário da Tarde em 12 de abril.

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A torcida

Foto: Reprodução/Biblioteca Nacional

No jornal O Dia de 24 de abril era noticiada a excursão de torcedores para São Paulo. A delegação alviverde iria em ônibus especial, com a liderança do presidente Couto Pereira e o convidado especial João Viana Seiler, o primeiro presidente da história do Coxa.

O Pacaembu

Foto: Reprodução/Folha de S. Paulo

A capa da Folha da Manhã de 27 de abril de 1940 era, na verdade, um anúncio gigante da Companhia União dos Refinadores (sim, do Açúcar União) registrando a inauguração do Pacaembu e saudando o prefeito de São Paulo, Prestes Maia, e seu antecessor, Fábio Prado.

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O jogo

Foto: Reprodução/Folha de S. Paulo

Na matéria acima, do dia 28 de abril, está a apresentação do jogo Palestra Itália x Coritiba. O time paulista contava com o goleiro Gijo, o half Junqueira e os ponteiros Luizinho e Echevarrieta. Segundo a Folha da Noite, os visitantes estavam “aptos a oferecer dura resistência e almejam a vitória”.

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O gol

Foto: Reprodução/O Estado de S. Paulo

O Coritiba perdeu o jogo, mas entrou na história com o primeiro gol do Pacaembu. E foi bem no começo da partida, como relatou O Estado de S. Paulo em 30 de abril de 1940. Zequinha chutou “promptamente“, no português da época. Já o “Curytiba” usado pelo jornal tava errado mesmo.

A última visita

Foto: Reprodução/Placar

Na edição de 4 de novembro de 1988, Placar registrava a ida de Zequinha ao Pacaembu, dias antes da reinauguração do estádio. A marca de José Meister Pinto ficou para a história. Ele faleceu em 1991.


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