Renda e público decepcionam no Paranaense: falta atrativo em campo

A torcida do Paraná Clube no jogo contra o Operario. Clarões no jogo do Paranaense. Foto: Gabriel Rosa/Foto Digital

Os repórteres Juliana Fontes e Daniel Malucelli apresentaram neste período carnavalesco dois balanços do Campeonato Paranaense em sua primeira fase. O Daniel tratou da arrecadação dos clubes até agora. E a Juliana dissecou a presença de público nos estádios. São números ruins, como muitos poderiam imaginar. E porque é assim?

Não vou ficar aqui fazendo comparações com outros campeonatos, o que me interessa é discutir o que podemos estar fazendo de errado. E não há maior desmotivador para o torcedor ir ao estádio do que a falta de atrações. Nada de show de dupla sertaneja e fogos de artifício. O que a galera quer é bom futebol.

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Ainda não construímos – apesar de sermos o ‘país do futebol’ – a cultura de ir ao estádio pelo time. Ainda esperamos o resultado em campo, contratações, momento da competição, promoções e até mesmo adversários para decidir em quais partidas vamos. Os planos de sócios estão caros, a economia patina, a população precisa escolher e no final os estádios ficam vazios.

O Couto Pereira em Coritiba x FC Cascavel. Foto: Gabriel Rosa/Foto Digital

Isso ajuda a entender que, mesmo com mais de 20 mil sócios, Athletico e Coritiba tenham médias de público pequenas para o tamanho dos clubes – 8.467 e 9.026, respectivamente. O torcedor simplesmente não se anima a sair de casa e ir aos jogos do Paranaense, mesmo que esteja pagando para isso.

Paranaense desvalorizado

É porque o Campeonato Paranaense não é atrativo. Os principais participantes – além da dupla Atletiba, Paraná Clube, Operário e Londrina – começaram a temporada priorizando outras competições. E como dizer que não estão certos? Olha o dinheiro da Copa do Brasil, por exemplo. O Toledo até agora teve prejuízo de mais de R$ 100 mil nos seus jogos em casa. Na derrota para o Náutico pela primeira fase da competição nacional o clube ganhou R$ 540 mil. Garantiu o primeiro semestre em um jogo.

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Só que não há campeonato que se venda sem o interesse dos seus protagonistas, os clubes. O torcedor que vai lotar a Arena da Baixada na próxima terça-feira (3) para ver Athletico x Peñarol pela Libertadores não tem a mesma motivação para o jogo contra o Operário, por exemplo. Da mesma forma o Paraná, se compararmos o duelo desta quarta (26) pela Copa do Brasil com o Bahia de Feira com a partida com o Londrina no domingo (1).

A Arena da Baixada em Athletico x Londrina. Foto: Albari Rosa/Foto Digital

E não se coloque a responsabilidade para a TV. Tanto antes como agora, os grupos de mídia são os únicos que investem no Paranaense. E normalmente têm prejuízo na cobertura – justamente pela falta de atrações do campeonato. Valorizar a competição é obrigação primeira dos clubes e da Federação Paranaense. A união institucional de diretorias poderia mudar isso, mas por enquanto ficamos contando os minutos para o mata-mata.

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