Coronel acredita que não houve falha da PM em conflito

O comandante geral da Polícia Militar, coronel Alvaro Batista Camilo, afirmou nesta segunda-feira que vai apurar o que ocorreu, mas que, “provavelmente”, não houve falha no monitoramento das torcidas organizadas de Corinthians e Palmeiras, que se enfrentaram neste domingo na Avenida Inajar de Souza, na Freguesia do Ó, na zona norte da capital. O confronto provocou a morte do palmeirense André Alves, de 21 anos, ferido com disparo de arma de fogo.

Segundo Camilo, haverá uma investigação para saber o que ocorreu. “Se tem alguma coisa que é muito forte na PM é a depuração interna. Se houve falha em algum momento, serão responsabilizados. Não sabemos se houve falha. Provavelmente, não. O que houve foi o contrário, uma pró-atividade de dois policiais que passavam com a viatura pelo local e foram proteger o grupo, porque acharam que poderia haver problema.”

O comandante da PM falou também que os policiais que estavam no local evitaram uma situação ainda mais crítica entre os torcedores, em um conflito onde estavam reunidos cerca de 500 pessoas. “Não aconteceu o pior porque a viatura estava lá e chamou o reforço rapidamente. Houve intervenção policial. Duas pessoas foram presas e os demais (feridos foram) socorridos.”

Segundo Camilo, a polícia estava preocupada em proteger os torcedores que foram ao estádio e que o ocorrido foi pontual. “A polícia estava fazendo um trabalho todo para cobrir os 30 mil torcedores que seguiam para o estádio. Acompanhamos tudo, terminais de ônibus, de metrô, percursos das torcidas. Infelizmente, nesse caso da Inajar de Souza, houve uma aglomeração muito rápida.”

O coronel afirmou também que redes sociais são monitoradas constantemente. A PM investiga a possibilidade de a briga entre palmeirenses e corintianos ter sido marcada via internet. “Nem sempre você pega tudo. Tinha várias postagens, de vários locais diferentes. O horário em que aconteceu foi muito antecipado.”

Camilo também disse que pretende contar com o apoio do Ministério Público Estadual e do Poder Judiciário para que se tenha um rigor maior na punição aos responsáveis por esse tipo de crime. Ele destacou que o Estado já tem uma legislação rigorosa em relação aos torcedores, proibindo a entrada de mastros de bandeira e o consumo de bebida alcoólica nos estádios. O coronel explicou que os torcedores que se enfrentaram na zona norte da cidade foram ao local preparados para a briga, com barras de ferro e pedaços de pau.

O governador Geraldo Alckmin, por sua vez, considerou a briga “lamentável e intolerável”. “Esporte não é violência e nem pode ser ódio, como se verifica em algumas torcidas. Já tem duas pessoas presas e o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) está trabalhando para identificar o criminoso que matou o torcedor”, afirmou.

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