Já tô calejado

Wilson vai do inferno ao céu no Coritiba em apenas cinco dias

Wilson falhou contra o Palmeiras, mas foi o herói na classificação inédita às quartas de final da Sul-Americana
Wilson falhou contra o Palmeiras, mas foi o herói na classificação inédita às quartas de final da Sul-Americana. Foto: Divulgação/CFC

Em cinco dias, o goleiro Wilson, que desde que chegou ao Coritiba, no ano passado, já se tornou ídolo do torcedor, foi do inferno ao céu. Depois de falhar no primeiro gol do Palmeiras, na derrota alviverde por 2×1, pelo Campeonato Brasileiro, o arqueiro foi o grande destaque da classificação para as quartas de final da Copa Sul-Americana diante do Belgrano, na última quarta-feira (28), na Argentina.

Na chegada da delegação no Aeroporto Afonso Pena, na tarde de quinta-feira (29), o goleiro foi ovacionado pelos mais de mil coxas-brancas que acompanharam o desembarque da delegação. Wilson, no entanto, minimizou a ‘transformação’ e afirmou que atravessar momentos bons e ruins fazem parte da vida de qualquer jogador de futebol que atue em grandes clubes.

“Essa situação de ser cobrado em um dia e no outro ser visto como herói já estou calejado, estou acostumado. Por isso que nos momentos bons você não pode se empolgar muito e nos ruins não pode baixar a cabeça. Faz parte. Muitos viram como uma falha (primeiro gol do Palmeiras) e acabaram colocando o resultado na minha conta. Mas mantive a cabeça tranquila, sempre trabalhando da mesma maneira”, frisou ele.

Além de ter defendido duas cobranças do time argentino, Wilson foi o responsável pela quinta batida do Verdão na disputa contra o Belgrano. O arqueiro bateu com segurança, não deu chances ao goleiro Olave e, segundo ele, Carpegiani o escolheu para ser o quinto batedor por conta do último trabalho realizado em Curitiba antes da viagem, quando todo o elenco treinou as cobranças de penalidades.

“Na véspera da viagem a gente treinou as cobranças de pênaltis e eu treinei um pouco mais. O Carpegiani observou, nunca tinha me visto bater e pediu para eu repetir porque queria ver mais. Ele foi observando e no treino, junto com o Vanderlei (preparador de goleiros), ele ganhou confiança. Então, eles decidiram que faria a quinta cobrança. Foi uma responsabilidade muito grande, mas estava tranquilo, treinei bem e fico feliz pelo treinador ter confiança em mim nesse momento”, contou.

Mesmo depois de ter sido o grande nome da classificação alviverde, Wilson descartou o status de herói e preferiu dividir a conquista com todo o grupo alviverde. “Herói foi o grupo todo. Fui mais um guerreiro nesse momento, nesse time de guerreiros, que travou essa batalha na Argentina, onde todo mundo saiu feliz. Fui um guerreiro como todos foram”, concluiu o goleiro.