Já dá para pisar o chão sem muitos exageros, também dá para dirigir automóvel automático porque o pé esquerdo fica sem função, mas o que mais alegra o lateral Triguinho é a solidariedade dos companheiros e da torcida.
Ontem à tarde, ao lembrar da faixa exibida pelos jogadores antes do confronto contra o Ipatinga e a saudação dos torcedores ele chorou. Emocionado com o carinho que vem recebendo, mas também otimista com a evolução do tratamento, que pode fazê-lo voltar aos gramados ainda em meados do Paranaense porque a renovação com o Alviverde ele garante que está próxima.
“Eu estava no hotel e chorei porque não esperava que o pessoal fosse fazer isso e jamais vou esquecer. Tanto dos jogadores como da diretoria e a torcida gritando o meu nome me emocionou bastante. Me emociono (começa a lacrimejar) ainda e isso vou levar para o resto da minha vida, essa superação, recuperação, mas estou no caminho certo e tenho que trabalhar forte e pensar em 2011”, diz o jogador.
Ele deverá ser o primeiro dos que ficam sem contrato a renovar, mas ainda precisa definir tudo com a diretoria. Antes disso, deixa para trás a mais terrível lesão da carreira.
“Em dez anos jogando essa foi a pior, mas isso acontece e está arriscado a acontecer isso, mas estamos firme e forte fazendo a fisioterapia para voltar o mais rápido possível”, relembra.
Naquele dia 2/11, num choque com o goleiro Fernando, ele fraturou a tíbia e a fíbula (ossos abaixo do joelho) da perna esquerda. “Na hora veio a dor, mas depois passou e o pessoal até comentou o que poderia estar passando pela minha cabeça porque eu estava quieto e olhando para a minha perna, mas a dor veio depois no hospital porque na hora estava no calor do jogo, mas quando esfriou o corpo e fui ser operado um dia depois é que senti a dor”, relembra.
De acordo com ele, nem dá para explicar o quanto sofreu, mas a recuperação tem sido boa. “A cirurgia foi tudo bem, a perna está bem e acho que do jeito que está devo voltar antes do que os médicos disseram, que era de quatro a seis meses”, projeta o jogador.
Por isso, ele garante que quer ficar. “Estou conversando para renovar e acho que da minha parte e do Coritiba acho que não vai ter problema nenhum”, aponta. No sábado, ele vai receber a faixa como todos os companheiros, mas sem deixar de fazer o tratamento mesmo no final do ano. “Sei que é uma lesão muito grave e não posso querer apressar as coisas, mas o trabalho está sendo bem feito”, completa Triguinho.