Manter o condicionamento físico em dia é tarefa de home office dos jogadores de futebol desde a metade de março, quando os campeonatos foram paralisados em todo o país por causa do coronavírus. No caso do atacante Sassá, do Coritiba, dá para dizer que quarentena virou sinônimo de trabalho duro, todos os dias.

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Mas, ao invés de se exercitar sozinho seguindo a cartilha elaborada pelo clube, o jogador de 26 anos contratou uma equipe inteira de profissionais (preparador físico, fisiologista, nutricionista, fisioterapeuta e médico) para atendê-lo nesse período, em uma clínica especializada. Em cerca de um mês e duas semana de trabalho, perdeu 5 kg na balança, ganhou 4 kg de massa muscular e diminuiu o percentual de gordura em 3%.

“Estou me sentindo melhor, mais equilibrado, mais forte. Agora estou com o peso que queria. Estou forte e leve. Só esperando o fim da pandemia para voltar com tudo ao trabalho”, contou à Gazeta do Povo/Tribuna o camisa 99 do Coxa, que mede 1,75 m e agora pesa 75 kg.

Antes de iniciar a rotina de exercícios da quarentena, Sassá passou por uma bateria de exames. O joelho esquerdo, com histórico de lesões no Botafogo e no Cruzeiro, ganhou atenção especial.

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“Quando ele chegou ao Coritiba, começou a tratar o problema. Mas aí veio o coronavírus. Agora, em um trabalho mais intenso conosco, corrigimos essa deficiência”, explicou o fisioterapeuta Adriano Tiezerini.

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Também foi detectado que os movimentos do atacante precisavam de correções, como conta o fisiologista e preparador físico Rogério Morizine.

“Ele estava descompensado, o que, para um cara que trabalha em alto rendimento, observamos que é um risco muito grande de lesão. Havia uma divergência de força muito grande na cadeias musculares”.

Outro ponto trabalhado foi o tempo de reação do jogador, o famoso ‘tempo de bola’, que estava prejudicado por causa um desajuste na visão periférica. Por causa disso, foi necessário fazer um trabalho de reeducação e fortalecimento postural.

“Ficamos uma tarde inteira analisando gols do Sassá para entender a biomecânica que ele mais usa no campo. E aí conseguimos identificar o que tinha de melhor e o que não estava conseguindo fazer”, afirmou Tiezerini.

Lutador de MMA?

Além da capacidade física privilegiada, o atacante do Coritiba também impressionou a equipe que o acompanha pela velocidade para compreender os movimentos pedidos.

“A genética dele é absurda. Ele se adapta muito bem os movimentos. O cara pega os exercícios num estalo de dedos”, avaliou Morizine, que trabalha em conjunto com o nutricionista Rodrigo Granzoti e o médico ortopedista Gustavo Schenkel.

O fisioterapeuta Adriano Tiezerini, que já trabalhou com astros do UFC como José Aldo, Maurício Shogun e Wanderlei Silva, vai além e imagina que Sassá poderia seguir carreira até nos ringues, caso quisesse.

“Pelo raciocínio rápido, pela força e explosão muscular, poderia ser facilmente um lutador. Com essa genética, ele poderia ser qualquer coisa, até um corredor rápido de 100 metros rasos”, elogiou o fisioterapeuta, que colocou o atacante para praticar muay thai durante a quarentena.

“Não dá não, é só para desestressar um pouco [risos]”, brincou Sassá, que marcou três gols em seis partidas pelo Coxa até aqui. Quando será o próximo?

“Difícil. Está nas mãos dos órgãos de saúde. Enquanto isso vou fazendo a minha parte… Minha meta no Coritiba é jogar. Quero deixar o Coxa no lugar mais alto que puder, junto com meus companheiros. A gente sempre fala que a gente pode, sim, porque nosso time é bom e bem treinado”.

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