Depois de toda a confusão que ocorreu no Couto Pereira, no último domingo, quando torcedores tentaram invadir o vestiário do Coritiba após a derrota para o São Paulo, as polícias Civil e Militar devem redobrar as atenções para os lados do Alto da Glória. O setor de inteligência das duas polícias está monitorando integrantes da torcida que possam causar distúrbios.
“Nós já estávamos monitorando essa situação. Mas o sinal de alerta ligou mesmo nesta derrota para o São Paulo, pela possibilidade de termos problemas se o Coritiba continuar mal no campeonato”, comentou o delegado Clóvis Galvão, da Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe).
O quebra-quebra que ocorreu na última rodada do Brasileirão de 2009, quando o Coxa foi rebaixado e a torcida invadiu o gramado, também serve como aprendizado. E a situação pode se repetir este ano. Na época, o Fluminense, adversário do Alviverde, também corria risco de queda. Este ano, o Coritiba recebe o Vasco no Couto, com possibilidade de ser a última chance de ambas as equipes seguirem na elite.
Sem queixas
Sobre a confusão de domingo, Galvão afirma que nenhuma queixa foi prestada por parte do Coritiba à Polícia Civil. “Ficamos no estádio até às 20h eu, o juiz e o promotor de plantão esperando que a segurança ou a PM levasse alguém, mas ninguém foi preso e a diretoria do Coxa disse que havia resolvido o problema”, argumentou o delegado.
Segunda-feira, um dia após a confusão, a diretoria coxa-branca elogiou o trabalho dos seguranças, que, segundo o clube, evitaram um mal ainda pior. A confusão terminou com o trinco de uma porta quebrado e um carro apedrejado. O veículo danificado é de um roupeiro alviverde.
O Coritiba informou que vai se responsabilizar pelo prejuízo e tentará identificar os responsáveis pelo estrago por meio das câmeras de segurança do Couto. Além disso, o Alviverde deve dar uma atenção especial para a segurança na parte externa do estádio, incluindo um pedido de auxílio para a Polícia Militar, mas sem necessariamente um aumento do contingente de seguranças particulares.
Confiante
Na zona de rebaixamento e com mais seis jogos para somar pelo menos mais dez pontos para permanecer na elite do futebol brasileiro, o Coritiba entrará pressionado para o duelo contra o Figueirense. Apesar do clima tenso, o presidente Rogério Portugal Bacellar mantém a confiança. “Eu tenho muita esperança nesse elenco e no nosso departamento de futebol.
Vamos conseguir reverter e ficar na primeira divisão. Ano que vem teremos um ano diferente, vamos voltar a ter dinheiro de patrocínios que foram todos antecipados pela gestão anterior e as coisas vão caminhar”, garantiu o ele. Bacellar ressaltou ainda a importância dos associados do clube que, ajudaram o clube neste ano a manter os salários em dia. “Trabalhamos sem dinheiro e com a condição escassa. Graças aos torcedores, que pagaram suas mensalidades em dia é que nós estamos mantendo nosso salário religiosamente em dia, dentro do que combinamos no início do ano com os atletas. Continuando com este apoio da nossa grande torcida, vamos manter o salário em dia até o final do ano”, acrescentou. (Luiz Ferraz)