Clássico

Duas realidades em choque no clássico na Vila Capanema

Paraná Clube e Coritiba fazem hoje, às 17h, no Durival Britto, um choque de opostos. De um lado, o Coritiba, fortalecido após a volta à primeira divisão nacional e líder do Estadual. Do outro, o Paraná, que segue marcando passo na Série B e ocupa a lanterna da competição. Diretrizes e ambições distintas dão ao Alviverde um amplo favoritismo. Resta ao Tricolor torcer para que todas essas diferenças sejam deixadas de lado, camufladas pela essência do clássico, onde nem sempre a lógica prevalece.

Mesmo diante das notórias dificuldades do Paraná, há tempos não se via um Paratiba onde se pudesse creditar a um dos lados tamanha vantagem. Há quem imagine que o Coritiba, mais do que vencer, possa “passar por cima” do rival. Os números conferem ao time do Alto da Glória essa condição. Enquanto o Tricolor luta desesperadamente para manter as contas em dia, com um elenco que hoje tem um custo mensal de aproximadamente R$ 150 mil, o Coxa renova patrocínios e ostenta um orçamento anual de R$ 60 milhões. “Dentro de campo, é onze contra onze. Salário não joga”, apressa-se em afirmar o volante paranista Luiz Camargo, sem, no entanto, esconder que seu time entra em campo inferiorizado.

Não bastasse a diferença abissal entre os clubes no aspecto financeiro, há ainda que se considerar as questões técnicas. O Coritiba manteve a mesma base campeã da Segundona e ainda se reforçou. O Paraná desmontou seu time e está tentando se reinventar na base do “bom e barato”. O técnico Roberto Cavalo admitiu preocupação com a falta de entrosamento e a juventude de seu grupo. Questões que ficaram muito evidentes nas duas primeiras rodadas. Ao se ver em desvantagem no marcador – contra Corinthians e Rio Branco -, o Tricolor “desandou” em campo. Hoje, o treinador promete um time mais atento e simplificando as jogadas.

Na outra ponta da tabela, líder isolado, o técnico Marcelo Oliveira comemora os 100% de aproveitamento. Mas, sem euforia. “Temos um futuro promissor, mas é só começo de competição”, comentou, pregando respeito ao adversário, num clássico com um antagonismo abissal.