Diretoria alviverde diz que manterá cautela com relação às organizadas

Há exatamente um ano, um empate diante do Fluminense rebaixava o Coritiba para a Série B do Campeonato Brasileiro. Torcedores descontentes invadiram o gramado e protagonizaram cenas de violência contra policiais e atletas.

O clube foi penalizado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas deu sua resposta. Um fato marcante na nova gestão do Coritiba foi o endurecimento na relação com as torcidas organizadas.

Em busca de autonomia para trabalhar e pela valorização de todos os associados, a diretoria chegou a proibir a entrada de materiais que não fossem de apoio ao clube nos estádios onde mandou jogos em 2010 – Couto Pereira, Vila Capanema, Arena Joinville e Caranguejão de Paranaguá.

O veto que incluiu faixas e uniformes de torcidas organizadas chegou a resultar em debates entre o Coritiba e o Ministério Público do Paraná. A promotoria de defesa do consumidor tenta negociar uma reaproximação entre as partes.

O clube, porém, segue cauteloso. Ao comentar a questão, o vice-presidente coxa, Vilson de Andrade, deixa claro seu posicionamento. “Há uma confusão grande entre torcidas organizadas, pois achavam que eram donos do clube. O Coritiba é o Coritiba, não pode ser refém de organizadas. A organizada não pode ser maior que o clube”.

Paz

Nenhuma organizada confirmou ter sido responsável pela invasão. Mas as palavras de Vilson Ribeiro de Andrade seguem em tom de solidariedade por causa de ameaças sofridas pelo presidente do Coritiba, Jair Cirino dos Santos, antes e depois do rebaixamento.

O presidente do Coritiba não foi localizado nos últimos dias para comentar o assunto. No entanto, é de conhecimento público que sua vida mudou completamente depois de 6 de dezembro de 2009. Após ter sua sala no Couto Pereira completamente destruída por torcedores, Jair Cirino chegou a contratar seguranças particulares para sua família.

Apesar de permanecer no cargo de presidente do clube, Cirino preferiu se resguardar e aparecer menos na mídia, em busca de voltar a ter uma vida pacífica e normal.

Já o Coritiba, um ano depois das cenas mais horríveis de sua história, voltou ao grupo de elite do futebol brasileiro e também planeja dias de paz no Alto da Glória.