Demerson conquistou seu espaço no Coritiba

Ele era uma das últimas opções para a zaga do Coritiba, mas vários jogadores se machucaram e deram a brecha que Demerson queria. Agora, virou titular absoluto e dificultou as coisas para Pereira, Cleiton e Felipe voltarem ao Alviverde.

Mas nem tudo foram flores na vida do defensor. Há dois anos, ele corria as ruas de Belo Horizonte vendendo pão de queijo para ajudar a mãe, que fabricava o típico quitute mineiro.

Era a solução para tocar a vida, enquanto a carreira de jogador não decolava. Agora, com contrato curto, ele já desperta o interesse até de outras equipes do Brasileirão.

“Agradeço a Deus e à confiança que o professor René (Simões) tem colocado em mim. Desde que eu entrei tento ajudar da melhor maneira possível e tenho crescido. Como todo mineirinho, chega tranquilo, comendo pelas beiradas. Espero continuar ajudando o Coritiba nessa crescente que estamos tendo”, analisa.

E com a chegada de Jeci, muda alguma coisa? “Disputa bonita, saudável e chega um jogador para somar, de muita qualidade. Esperamos fortalecer ainda mais o sistema defensivo”, avalia.

No entanto, nem sempre foi assim. Ele praticamente abandonou a carreira após rodar por Atlético/MG, América/MG, Corinthians/AL e Luziania/DF. “Sem clube, sem oportunidade, minha mãe vende pão de queijo e eu saía com o tabuleiro oferecendo nas lojas, borracharias, em todos os lugares. Isso me ajudou a crescer”, relembra.

Na época ele já tinha 21 anos, mas a oportunidade de voltar a jogar apareceu. “Vendendo pão de queijo, um rapaz me convidou para fazer um teste no Itaúna, segunda divisão de Minas. Fui, trabalhei quietinho como todo mineiro”, conta.

Daí em diante, a carreira voltou aos trilhos. “O Cruzeiro me buscou, mas não tive oportunidade e preferi rescindir e arriscar. Fui parar na segunda divisão carioca (Goytacaz), subi para a primeira (Cabofriense) e, hoje, estou no Coritiba”, destaca.

Por isso, ele avisa que vida de atleta não é fácil. “A gente passa por muitas dificuldades, o pessoal acha que é fácil, mas as lutas que a gente passa até chegar no topo são complicadas. Tem que abrir mão de família, de muita coisa e muitas outras profissões não necessitam disso”, completa.

Ele ainda não foi procurado para renovar o vínculo que vai até o dia 17/8/2009. De acordo com o procurador de Demerson, Renê Salviano, dois clubes mostraram interesse, mas ele nem quis entrar em negociação e prefere esperar uma conversa com os dirigentes alviverdes.