Estrutura

CT da Graciosa é um orgulho do Coritiba

A história do Centro de Treinamento da Graciosa começa em 1988. Para poupar o gramado do Couto Pereira e ampliar a estrutura do clube, o então presidente Bayard Osna decidiu construir um local exclusivo para os treinos do Coritiba.

Várias opções foram estudadas, até o clube escolher um terreno na Estrada da Graciosa, próximo ao trevo do Atuba. A nove quilômetros do Alto da Glória, tinha as condições ideais de acesso e topografia. Mas a situação financeira não era das melhores e o Coxa teve que engavetar o projeto.

Foi só em 1995, na gestão do “triunvirato” de Edison Mauad, Joel Malucelli e Sérgio Prosdócimo, que o CT voltou a ser prioridade. O engenheiro José Arruda, vice-presidente de patrimônio do clube, foi encarregado de coordenar as obras.

Arruda teve o apoio de uma comissão formada por Welinton Milani, Odeni Müeller, Francisco Araújo, Othelo Lopes, Omar Akel e Antônio Ramina. Para bancar o projeto, contou com contribuições mensais do Conselho Deliberativo, então presidido por Manuel Antônio dos Santos.

Após dois anos de trabalho, o CT foi inaugurado no dia 20 de dezembro de 1997. Contava com quatro campos oficiais, três vestiários, departamento médico e sala de musculação, em uma área de 70 mil metros quadrados. Em homenagem a seu idealizador, recebeu o nome de Bayard Osna, falecido em 2 de janeiro de 1993.

Polêmicas e novas idéias

Desde então, o CT passou por reformas e ampliações. E também esteve envolvido em polêmicas. Chegou a ser ameaçado de penhora por dívidas com o Bradesco e o INSS, mas o Coxa conseguiu salvar o patrimônio com a venda do lateral-direito Rafinha, em 2005, e o ingresso na Timemania.

Hoje, o clube trabalha com novas idéias. Está recolhendo doações para a construção de uma arquibancada junto a um dos campos do CT. Também sonha com um local exclusivo para as categorias de base, deixando a atual estrutura apenas para os profissionais. Projeto que segue em estudos e deverá ganhar força em 2010. Mais sobre o centenário coxa no Caderno Especial.

Visão dos rivais: Ageu e Nílson falam do centenário do Coxa

Irapitan Costa

O ex-zagueiro Ageu é símbolo da raça tricolor. Forjado nas categorias de base do Paraná Clube, tem no Coritiba um grande rival e ele fala sobre a
data histórica do verde e branco.

“O centenário mostra a grandeza do Coritiba. É uma marca para o futebol paranaense”, comentou Ageu. Hoje auxiliar-técnico, ele tem em seu currículo o fato de ter sido o jogador que mais vezes vestiu a camisa do Paraná (354 jogos). Mas, ele também esteve “do outro lado”. Ageu disputou o Brasileiro de 1999 pelo Coritiba.

“Se não me engano, atuei em onze jogos. Foi legal e foi gratificante ter sido lembrado por um clube como o Coritiba”, disse. Ageu entende que a data histórica do rival serve para dar ainda mais “tempero” à rivalidade. “Os clássicos, desde as categorias de base, são os jogos que você sempre guarda na memória. E, uma vitória conquista da sobre um adversário deste porte, tem um peso totalmente diferente”, comentou o profissional. “Essa rivalidade mexe com cada funcionário do clube, não apenas jogadores”. E Ageu tem dois jogos inesquecíveis, que não por acaso terminaram com vitórias do Paraná.

“Em 91, na base, vencemos o Coritiba no Alto da Glória, conquistando o bicampeonato de juniores. Foi uma prova de fogo para aquela geração que estava surgindo”, lembra Ageu. “E, quatro ano depois, em 95, teve a decisão do Paranaense. Nunca vou esquecer, porque a final coincidiu com meu casamento. Conquistamos o título com o gol do Denílson, no Pinheirão. Foi o clássico mais importante que disputei contra o Coritiba, dentre muitos”, arrematou Ageu.

A mudança do nome do estádio

Rodrigo Sell

O Coritiba recebeu mais uma importante contribuição no seu centenário. O advogado e vice-presidente do Comitê Científico da Associação Internacional de Direito Penal, René Dotti doou seu acervo histórico pessoal para o Coritiba. A entrega foi feita pessoalmente ao presidente do Coritiba, Jair Cirino.

Segundo o Coritiba a pasta entregue conta com registros sobre o dossiê que detalha a demanda judicial na mudança de nome do estádio de Belfort Duarte para Antônio Couto Pereira, feita em 22 de abril de 1980.

Como ex-diretor jurídico do Alviverde em uma das gestões de Evangelino Neves, Dotti defende a alteração do nome no documento entregue a Cirino. “Conheci pessoalmente o major Couto Pereira e sou testemunha de seu amor ao Coritiba. Foi ele o incentivador da colheita e guarda de objetos e documentos para a criação do museu coxa”, disse Dotti.

A documentação foi repassada depois ao Grupo Helênicos, responsável por resgatar grande parte da história coxa-branca. “Estes registros devem ficar com
os Helênicos, que prezam por nossa história e a preservam com muito cuidado”, disse Jair Cirino.