A derrota de ontem para o Iraty em pleno Couto Pereira fez a torcida trocar as palavras de apoio pelo protesto na Rua Mauá, no portão do estacionamento coberto onde os jogadores deixam os carros. Isso porque não foi uma partida perdida qualquer. Com o 1 a 0 para o Azulão, o Alviverde agora precisa vencer o Atlético e o Nacional, torcer para o J. Malucelli tropeçar uma vez e também para o arquirrival se enroscar no Cianorte na última rodada, para buscar o bicampeonato. O maior problema não é esse. O Coxa não tem mostrado um futebol que inspire o torcedor a acreditar que isso é possível.
Por isso, a galera não poupou o técnico Ivo Wortmann. O treinador ouviu mais uma vez o pedido por René Simões. “Olê, olê, olê, René, René”, entoaram e batucaram na Mauá. Isso sem contar as ofensas com o “Ivo, ..zão, fora do Verdão”. É, mas não foi só ele quem teve que ouvir.
Os jogadores também sentiram na pele a fúria dos torcedores. “Time do cara…, honre a camisa pra jogar no centenário” ou “vergonha, vergonha, time sem vergonha”. Exageros e ofensas à parte, ninguém mostrou o suficiente para ser aplaudido na saída do gramado do Alto da Glória.
“Mala branca”
Ou melhor, o Iraty mostrou. Impulsionado ou não pela “mala branca”, o Azulão superou problemas internos durante a semana e conseguiu aplicar mais uma peça no Coritiba. Para se ter uma idéia, vários jogadores saíram no tapa durante os treinamentos na sexta-feira e ainda teve noitada de outros, que acabou na delegacia.
Os nomes dos envolvidos não foram revelados, mas alguns titulares sentaram no banco contra o Alviverde e quem foi ao campo provou que estava com motivação apesar das derrotas anteriores. Catimbando e explorando os contra-ataques, o Iraty chegou lá.
Se no 1.º tempo, o time do interior já vinha oferecendo perigo, no 2.º matou o jogo e poderia ter feito mais. Rogério fez o gol da vitória aproveitando bobeira da zaga, que se atrapalhou com sol no rosto e não viu a entrada do adversário por trás. João Paulo ainda mandou uma bola no travessão e Marquinhos perdeu um rebote incrível.
No desespero, Carlinhos Paraíba acertou o travessão e obrigou Valter a fazer algumas defesas, mas a reação veio tarde demais e nem o apoio da torcida foi o suficiente para o time conseguir, ao menos, o empate e aumentar as chances na competição.