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Com custo-benefício positivo, gringos agradam e podem ficar no Coxa

Nery Bareiro foi um dos últimos a ter chances no Coxa, mas logo se firmou e terminou o ano como titular. Foto: Albari Rosa

Quatro dos cinco gringos trazidos pelo Coritiba no início do ano devem permanecer no Alto da Glória para a temporada 2017. Além de Kazim, que tem contrato até o final do próximo ano, a diretoria alviverde mantém negociações com os paraguaios Nery Bareiro e César Benitez e com o venezuelano César Gonzalez, o“Maestrico”. Jorge Ortega deve ser dispensado. Bareiro, porém, acabou voltando para o Paraguai, para defender o Guarani.

A investida sobre os atletas estrangeiros foi uma estratégia da diretoria para driblar a baixa oferta de jogadores com qualidade e preços acessíveis do mercado brasileiro. Com a ideia de encontrar o melhor custo benefício possível, o então diretor de futebol Valdir Barbosa foi ao mercado latino para encontrar jogadores que pudessem entregar um bom futebol, a um custo praticamente zero.

Na sua avaliação, deu certo. “São oportunidades de mercado. Trouxemos jogadores de um bom nível técnico se comparados com as opções brasileiras, com salários bem inferiores”, contou o ex-diretor.

Barbosa cita o caso do meia Gonzalez, que já atuou pela seleção venezuelana. Apesar de ter se lesionado e jogado relativamente pouco, quando esteve em campo entregou um bom futebol e pôde ajudar o Alviverde. “Um jogador da qualidade do Gonzalez aqui no Brasil não sairia por menos de R$ 150 mil. Ele veio a um custo 60% menor”.

O atual gerente de futebol coxa-branca, Alex Brasil, não atendeu e nem retornou às ligações da reportagem para avaliar as atuações destes jogadores, nem para falar sobre as negociações para a renovação de seus contratos.

Num balanço das contratações que capitaneou, o ex-diretor Valdir Barbosa avaliou como positivo o índice de aproveitamento, especialmente na relação custo benefício. “Em dados momentos eles tiveram participações decisivas e importantíssimas. São jogadores com experiência internacional, nas seleções de seus países, preparados para enfrentar qualquer tipo de jogo. Deram conta do recado”. A ressalva ficou por conta do atacante Jorge Ortega, que segundo Barbosa não se adaptou ao país e ao estilo de jogo brasileiro.

Embora não tenha sido tratada publicamente, existe a negociação e a possibilidade do venezuelano Gonzalez permanecer em Curitiba.

O Coritiba já manifestou interesse em renovar com os paraguaios Nery Bareiro e César Benitez. Depois de algumas oportunidades, sem sequência de jogos, Nery assumiu a titularidade e a liderança do sistema defensivo a partir da 25ª rodada, contra o Corinthians. Dali em diante tornou-se a referência do técnico Paulo César Carpegiani. Mas o acordo financeiro acabou não acontecendo.

Já César Benitez teve mais chances que o companheiro ao longo da temporada, mas também se firmou como titular na mesma época que seu compatriota. Por sua versatilidade, atuou como coringa de Carpegiani na reestruturação do time que conseguiu escapar do rebaixamento e chegar às quartas de final da Sul-Americana.

Kazim

A melhor aposta do Coritiba na opinião de Valdir Barbosa foi o inglês/turco Kazim. Apesar de ainda não ter conseguido alcançar os bons números que o precederam, o jogador tem tido importância coletiva para o time. Sua dedicação em campo surpreende aos torcedores, embora não seja regular nesta mesma qualidade.

Para Valdir Barbosa, a vinda do atacante foi uma “sorte grande”. “O cara foi campeão escocês, fez o gol do título do Celtic. Estava conversando com o empresário dele, que é meu amigo, junto com o doutor Macedo. Esse meu amigo falou da possibilidade, eu fiquei meio assim e achei que fosse um devaneio. E virou. A mulher é brasileira e ele sempre quis jogar aqui”, contou.

Na avaliação de Barbosa, o melhor do atacante ainda está por vir. “É um cara realizado financeiramente e abriu mão de uma série de situações para vir para cá. É jogador para 180 mil euros na Europa. Ainda vai render muito esportivamente ao Coritiba”, concluiu.