Coritiba tenta recuperação em casa

Para quem deixou Curitiba sonhando alto, pensando em voltar no mínimo com três pontos, chegar em casa com apenas um não deve ser das coisas mais agradáveis. Mas é a vida e o Coritiba, após a rodada de ontem, entrou no olho do tornado que envolve várias equipes que lutam por uma das oito vagas do campeonato brasileiro. E para melhorar a sua posição de classificado (está na oitava colocação) a receita é simples: vencer os dois jogos em casa, a começar pelo Santos, na quarta, e depois o Goiás, no domingo.

Apesar de não jogar bem na maior parte do jogo, contra o Vasco, quando perdeu por 1 a 0, o Coritiba, na opinião do técnico Paulo Bonamigo, não merecia a derrota que sofreu no Rio de Janeiro. “Nós não jogamos para perder o jogo, mas isso acontece. São coisas do futebol”, afirma o treinador, que preferiu não reclamar da marcação duvidosa do pênalti de Jabá em Henrique. Os jogadores também não – apenas lamentaram o fato do gol ter saído no final do jogo. “O duro é jogar bem e levar o gol no último minuto”, diz o volante Roberto Brum, um dos destaques do Cori no sábado.

Com apenas um ponto em seis, Bonamigo sabe que o Coritiba poderia ter retornado desta miniexcursão (São Paulo e Rio) com um melhor retrospecto. “Contra o Palmeiras também tínhamos chances de vencer, mas não aconteceu. Acredito que a equipe acabou aprendendo mais sobre a dificuldade deste campeonato. Não podemos desperdiçar chances para vencer as partidas, porque assim vamos perder pontos que podem fazer falta lá na frente”, analisa o treinador coxa.

E é óbvio que a referência clara fica com os gols perdidos pela equipe em São Januário, principalmente os de Genílson e de Reginaldo Araújo, que teve a possibilidade da vitória em seus pés. Apesar disso, o técnico alviverde não quis jogar a responsabilidade do resultado para algum jogador. “Não se pode responsabilizar um único jogador a derrota da equipe. Todos erramos”, garante o técnico. E se a alegria do bom resultado passa rápido para Bonamigo, a tristeza da derrota precisa ser encarada da mesma forma. “O campeonato é longo, e não podemos ficar lamentando. O Vasco passou, e nós temos que pensar de uma vez no Santos, que é o adversário de quarta”, diz o técnico. A vantagem que ele tem é que os jogadores, escolados com o sobe-e-desce do Brasileiro, já voltaram seus olhos para o time paulista. “Se aconteceu algo errado, temos que aprender a lição para não falharmos contra o Santos”, garante Reginaldo Nascimento.

Retornos

A equipe ideal de Paulo Bonamigo deve ser recomposta na quarta-feira. O treinador alviverde terá à disposição o zagueiro Pícoli e o lateral-esquerdo Adriano, que cumpriram suspensão na partida de sábado. Outra possível preocupação para o jogo contra o Santos ficará para depois. Da Silva será julgado pelo TJD na quarta, e mesmo sendo suspenso terá condições de jogar, só cumprindo uma possível punição no domingo.

Castigo aos 44 desmonta planos do Coritiba

Para variar, foi em uma jogada polêmica. No final do jogo, o Vasco conseguiu o pênalti duvidoso que deu à equipe a vitória na partida de sábado, em São Januário. Apesar de não ter jogado bem, o Cori dominou a partida e teve chances de conseguir um bom resultado, que aliviou em parte a crise do Vasco, e salvou a pele de Petkovic, que era contestado pela torcida carioca.

Se alguma equipe poderia se considerada favorita, era o Coritiba, que iniciava o jogo como sexto lugar no Brasileiro. O Vasco sofria com a crise técnica e institucional, que envolvia até mesmo disputas políticas entre o presidente Eurico Miranda e torcedores organizados. Para completar, o temporal que assolou o Rio na manhã de sábado afugentou os torcedores de São Januário.

A pressão inicial foi alviverde, que tentava explorar o lado direito da defesa vascaína com Lira e Da Silva. Mas logo os cariocas equilibraram a partida, que era marcada pelos erros de passe. A primeira chance foi do Vasco, que quase aproveitou um bate-rebate após a cobrança de escanteio de Petkovic. Apesar de ter o domínio do jogo, o Coritiba não conseguia chegar à área do Vasco, principalmente porque Tcheco e Lúcio Flávio eram muito marcados. Para tentar furar a retranca vascaína, até Edinho Baiano tentou se lançar ao ataque, tornando-se o ‘elemento surpresa’ do Cori.

O domínio permanecia alviverde, enquanto o Vasco dificilmente passava do meio-campo. E, quando passava, a defesa coxa tinha a vantagem de enfrentar um ataque que errava um sem-número de passes – se bem que isso não era um privilégio carioca. O Coritiba só não chegou mais ao ataque porque os passes errados eram uma constante.

Bonamigo pediu aos jogadores no intervalo que arrematassem de fora da área – aproveitando o gramado molhado pela garoa e o vento a favor.

A grande chance coxa aconteceu aos 26 minutos. Lúcio Flávio fez preciso lançamento para Reginaldo Araújo que, com o gol à disposição, chutou em cima de Fábio. Bonamigo sentiu o bom momento e colocou Jabá e Genílson nos lugares de Da Silva e Lima – e Genílson teve ótima oportunidade de dar a vitória ao Cori, mas a cabeçada do centroavante foi para fora. Só mesmo um lance inesperado poderia definir o jogo. E, aos 44 minutos, Jabá cortou o lançamento para Henrique, mas o árbitro Valdomiro Matias Silva Filho marcou pênalti. Petkovic cobrou e marcou o gol que definiu a partida. (CT)

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