Coritiba tem seis opções para escapar

Duas vitórias. Uma vitória e um empate. Um empate e uma vitória. Uma vitória e uma derrota. Uma derrota e um empate. E até mesmo dois empates. O Coritiba pode fazer várias contas para se salvar do rebaixamento -todas, claro, contando com o bom rendimento do time. E os jogadores não conseguem escapar de ficar imaginando o que é preciso em cada jogo, principalmente na partida de amanhã, às 16h, contra o São Caetano, no Anacleto Campanella.

O próprio técnico Márcio Araújo não esconde as necessidades alviverdes nestas duas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro. ?Nós precisamos vencer esta partida com uma vantagem maior que dois gols?, confessa, querendo fugir da igualdade em todos os critérios que aconteceria caso o Coxa vencesse por um gol de diferença. ?O melhor é depender apenas de nossos esforços?, resume.

Os titulares do Cori reconhecem que a situação alviverde é complicada e que não tem como tirar os cálculos da cabeça. ?É ruim, porque você pensa nisto toda hora. Não escapamos de pensar no que é preciso nestes jogos?, afirma o zagueiro Flávio, confirmado na equipe para o jogo de amanhã (ver matéria). ?Acho que quando estivermos concentrados, prontos para o jogo, aí vamos esquecer e nos focar apenas na partida. Mas agora não tem como?, completa.

Apesar de saber que há várias combinações, os jogadores preferem confiar no que é mais palpável. ?Hoje, é só vencer e vencer?, resume o goleiro Douglas. ?As próximas partidas são como decisões para a gente. Nós estamos colocando em jogo o futuro do Coritiba e o nosso futuro?, assegura. ?Pretendemos fazer a nossa parte nesta partida em São Caetano?, reitera o meia Luís Carlos Capixaba.

O centroavante Renaldo é mais direto. ?Nossa conta é a vitória. Não adianta fazer qualquer tipo de conta se não fizermos a nossa parte. Por isso, precisamos ir para lá pensando somente em vencer e com a força necessária para sair desta dificuldade?, afirma o jogador, lembrando que uma vitória em São Caetano do Sul tira o Cori da zona de rebaixamento, sem a necessidade de combinação de resultados.

Recusa

Ontem, surgiu a informação que os dirigentes do Coritiba teriam acenado com um bicho de R$ 500 mil a ser repartido pelo elenco caso o time terminasse o Brasileiro longe do rebaixamento, prêmio que teria sido recusado pelos jogadores – a decisão dos atletas seria a de não aceitar qualquer tipo de premiação especial. A notícia foi negada pela direção alviverde.

Giovani Gionédis terá adversário nas eleições

Vai haver bate-chapa no Coritiba. Pelo menos duas chapas serão inscritas até segunda-feira para a eleição da nova diretoria executiva do clube, marcada para 5 de dezembro – apenas um dia depois do final do Campeonato Brasileiro. Além do grupo do presidente Giovani Gionédis (que tentará seu terceiro mandato), uma facção de conselheiros resolveu discutir, através do pleito, os caminhos do clube.

A chapa de oposição a se manifestar foi a liderada pelos conselheiros Tico Fontoura e Ricardo Gomyde, presidente da Paraná Esporte. Ambos -assim como a totalidade dos que os apóiam – eram ligados a Gionédis nas últimas eleições. Gomyde chegou a ser vice-presidente do Conselho Deliberativo do Cori até o início de 2003, quando deixou o posto para assumir a autarquia estadual. Fontoura é um dos mais influentes conselheiros do clube, sempre ouvido em situações delicadas. A chapa completa só será conhecida na segunda, já que os oposicionistas preferem não falar do assunto agora, por conta do jogo decisivo de amanhã contra o São Caetano.

Outra chapa estaria sendo formada, com Celso Moreira como líder. Mas ele acabou se aliando ao presidente Gionédis, sendo inscrito no grupo da situação como candidato à presidente do conselho administrativo (o antigo conselho deliberativo). Moreira é bastante ligado ao ex-presidente Evangelino da Costa Neves, integrante da atual diretoria executiva do Coxa – e que foi mantido na nova chapa. Na última eleição, em 2003, Moreira esboçou sair candidato, mas uma composição articulada pelo então secretário do clube, Domingos Moro, acabou incluindo o ?Chinês? na direção alviverde e fechando uma chapa de consenso. Moreira estava no grupo liderado por Neves e Júlio Militão no pleito de 2001, derrotado por Gionédis.

O presidente coxa já manifestara o interesse em participar de mais uma eleição, porque os planos de revitalização do clube ainda não foram totalmente implementados -principalmente a remodelação do Couto Pereira. Ontem, foi divulgada a lista completa dos candidatos da situação à diretoria. Além de Gionédis e Evangelino, formam a chapa André Ribeiro, Luís Henrique Barbosa Jorge, Paulo Renato Heyn, José Hipólito Xavier, Dante Luís Millarch, Luís Guilherme de Castro e José Augusto Arruda.

A diretoria executiva do Coritiba é formada por nove membros, que são eleitos pelos 180 conselheiros do clube a cada dois anos. Pelo estatuto, é obrigatória a alteração de pelo menos três nomes da diretoria a cada pleito, mesmo que a situação vença.

Três zagueiros no ABC

A escalação do Coritiba já está na cabeça do técnico Márcio Araújo. Ele avaliou ontem os dois sistemas que pode colocar em campo contra o São Caetano e deve definir ainda hoje a equipe para a partida decisiva de amanhã. A tendência é que o Cori enfrente o Azulão com três zagueiros e Flávio seria a principal novidade da equipe.

O anúncio de Márcio Araújo, que era esperado para ontem, ficou adiado. ?Quero pensar mais um pouco, mas não vai fugir do que foi treinado?, afirma. No coletivo de ontem, ele iniciou com o time atuando com três zagueiros -Anderson, Flávio e Reginaldo Nascimento. Com isso, Jackson passou para a ala-direita e Peruíbe apareceu na primeira função do meio-de-campo.

Mas o maior tempo de análise foi para a formação com apenas dois zagueiros. Márcio testou as duplas possíveis – Flávio e Anderson, Nascimento e Anderson e Flávio e Nascimento -, colocou James na lateral-direita e disse que o Coritiba está pronto para jogar da maneira que for. ?Treinamos o que podíamos treinar, todas as opções foram testadas para que no jogo possam ser utilizadas?, resume o técnico.

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