Coritiba luta contra o trauma de São Januário

O Coritiba entra em campo hoje para superar o trauma que sofreu na quinta-feira. Além de ter perdido para o Vasco, foi alvo da selvageria dos torcedores, com a conivência da direção do clube carioca. Mas enquanto a diretoria luta por punições severas, os jogadores têm que voltar à própria realidade. E ela tem nome, data e horário: o Paysandu de Ivo Wortmann, hoje, às 18h, no Couto Pereira.

A estratégia da diretoria para afastar os jogadores da confusão foi isolá-los. “Dissemos a eles ainda no Rio que se preocupassem com o campeonato. Nós cuidaríamos dos processos”, comenta o secretário Domingos Moro. Ele e o presidente Giovani Gionédis continuam a recolher provas que ?incriminem? o Vasco – a intenção é entregar amanhã os documentos para o presidente do STJD, Luiz Zveiter.

A comissão técnica também fez sua parte. Mais que de costume, o técnico Paulo Bonamigo e seus auxiliares diretos animaram o ambiente, preferindo inclusive não realizar treinos específicos para o jogo contra o Paysandu – ontem estava programado um trabalho tático, mas acabou sendo realizado um recreativo. Gelson, o jogador mais agredido no Rio, ganhou folga. O plano parece ter dado certo. Apesar das marcas da violência ainda estarem claras na mente e no corpo dos jogadores, pôde-se ouvir risadas no CT da Graciosa. “O grupo não vai se abalar”, garante o treinador, que diz que a união do elenco foi vista até na confusão. “A torcida queria o Jackson, e todo mundo foi defendê-lo. É a prova de que há uma unidade aqui, e isso é importante”, completa.

Dentro de campo, Bonamigo sabe que o Coritiba precisa melhorar. As últimas três atuações (coincidência ou não, após a saída de Tcheco) deixaram a desejar, e contra o Vasco veio a primeira derrota em oito jogos. “Nós não fomos práticos e objetivos no Rio. Dominamos a partida inteira, tivemos quase 70% de posse de bola e tomamos dois gols, um deles achado”, resume o técnico alviverde.

Além disso, o problema de transição entre defesa e ataque vai se tornando crônico. Para piorar, o Cori foi lento em São Januário, o que aumentou a preocupação de Bonamigo. “Senti que o time não tinha velocidade de saída, e nós precisamos recuperar isso, principalmente jogando dentro de nossa casa”, explica o treinador.

E é por causa dessa dificuldade que a equipe deve ter alterações – Bonamigo diz que só define o time momentos antes do jogo. Edinho Baiano deve sair para o retorno de Willians, o que colocaria o Cori com o esquema 3-5-2 ?alternativo?, aquele usado contra Flamengo, Figueirense e Atlético-MG. “Ainda não decidi, quero ver como vai jogar o Paysandu. Mas temos que acertar, porque essa vitória é muito importante, em todos os sentidos”, finaliza o técnico.

Paysandu

– Com o meia Vélber machucado no joelho e em intenso tratamento para jogar, o Paysandu enfrenta o Coritiba pensando em surpreender o adversário em sua casa para voltar a sonhar em ficar entre os dez primeiros colocados da competição.

A goleada sobre o Bahia deu novo ânimo ao time, apesar da ameaça da CBF de lhe tirar mais quatro pontos por conta da irregularidade dos jogadores Aldrovani, Borges Neto e Júnior Amorim.

O treinador Ivo Wortmann acredita que seus jogadores determinados a alcançar a vitória contra o Coritiba. “Vamos pegar um dos melhores times da competição e isso serve de elemento motivador”, disse Wortmann. (Carlos Mendes)

CAMPEONATO BRASILEIRO

CORITIBA X PAYSANDU

Coritiba:

Fernando; Ceará, Odvan, Reginaldo Nascimento e Adriano; Willians, Roberto Brum, Jackson e Lima; Edu Sales e Marcel. Técnico: Paulo Bonamigo

Paysandu:

Carlos Germano; Lecheva, Jorginho, André Dias e Luiz Fernando; Sandro, Vanderson, Jobson e Magnum; Vélber (Albertinho) e Zé Augusto. Técnico: Ivo Wortmann

Súmula
Local
: Couto Pereira
Horário: 18h
Árbitro: Márcio Rezende de Freitas (FIFA-SC)
Assistentes: Alcides Zawaski Pazetto (SC) e Marco Antônio Martins (SC)

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