Coritiba em Lima para a estréia

Ontem, por volta das 14h30, quando o vôo 8935 da Varig aterrisou no Aeroporto Internacional Jorge Chávez, em Lima, começou a segunda aventura internacional da história do Coritiba. Apesar das vitoriosas excursões por Europa e África nos anos 70, apenas em 1986 o clube fez seu primeiro torneio oficial. E é a mesma Copa Libertadores que o Coxa vai disputar, agora com sonhos bem mais altos. A estréia é amanhã, às 20h35 (horário de Brasília), contra o Sporting Cristal, no estádio Nacional.

Há dezoito anos, o contexto da Libertadores era bem diferente. Apesar das conquistas de Flamengo (81) e Grêmio (83), os clubes brasileiros, na sua maioria, disputavam a competição de forma mambembe. Tanto que foram cinco anos de “estiagem?, entre 84 (quando o Grêmio chegou à final, derrotado pelo Independiente) e 89 (Internacional eliminado na semifinal pelo Olímpia). Nesse período, Fluminense, Vasco, Coritiba, Bangu, Guarani, São Paulo, Flamengo, Bahia e o próprio Inter fracassaram.

Para o Coxa, ficou uma frustração. Afinal, aquela campanha de 86 empacou logo no início, quando o time fez os dois jogos no Equador, contra Barcelona de Guayaquil e Deportivo Quito. Mesmo ficando em segundo em seu grupo, o Cori foi eliminado mas, para consolar o torcedor, pouco tempo depois era conquistado o título paranaense em cima do Pinheiros.

Agora, a motivação é outra. O Coritiba planejava a volta à Libertadores há tempos e sonha claramente, com ela desde 98, quando ficou entre os oito melhores do campeonato brasileiro. “Sabe o que isso representa? É um trabalho de quase sete anos finalmente, dando o fruto sonhado”, confessa o capitão Reginaldo Nascimento, que viveu a gangorra dos sucessos e fracassos alviverdes nos últimos anos.

A diretoria também trabalhava com o objetivo de colocar o clube no mais importante torneio interclubes do continente. “O Coritiba está entre as melhores equipes da América do Sul, representando o Paraná e a região Sul do Brasil”, resume o vice-presidente Domingos Moro. Por isso os investimentos ousados, como as contratações de Luís Mário e Aristizábal e apressados, como a vinda de Igor, concretizada na sexta.

Até porque não se quer fazer feio na competição, que é transmitida para mais de 40 países, e distribui vinte milhões de dólares aos participantes (cada time, na primeira fase, leva 345 mil dólares, pouco mais de um milhão de reais). “Nós sabemos da relevância da Libertadores, e não pensamos em outra coisa senão fazer uma boa campanha. E vamos fazer”, promete Luís Mário.

Programação

Ontem, os jogadores fizeram apenas o treino de desintoxicação nas proximidades do Hotel Sheraton, concentração coxa em Lima. O único treino está marcado para às 16h (19h em Curitiba) é o reconhecimento do estádio Nacional, local da partida, que terá a arbitragem do venezuelano Gustavo Brand, assistido por Rafael Torrealba e Rafael Yánez, também da Venezuela.

Diretoria pode confirmar hoje o nome de Tuta

Para resolver o problema da falta de eficiência no ataque, que ficou flagrante no empate em 1 a 1 contra o Rio Branco, na última quinta-feira, a diretoria coxa-branca se mexeu e deve apresentar hoje o atacante Tuta. O jogador, que foi artilheiro do Atlético Paranaense em 98, estava no Bluewings, da Coréia do Sul, após ter passado por Palmeiras e Flamengo.

O novo reforço, entretanto, só deverá estrear na segunda fase da Libertadores da América, assim como o meia Igor, contratado na sexta-feira e que será apresentado hoje. A diretoria só saberá se vai contar com ele na primeira fase da Copa Libertadores depois que a Conmebol avaliar o caso. O registro foi feito às pressas na CBF, e a documentação foi enviada para o Paraguai ainda na sexta, mas já no horário de plantão da entidade.

Dessa forma, o final de semana serviu apenas para alongar a expectativa em torno da incrição do meia. “Nós vamos ter uma definição nos próximos dias. Está tudo certo, mas é necessário o “OK” da Sul-Americana”, avisa o vice-presidente Domingos Moro, em relação ao caso Igor. Como ele e o presidente Giovani Gionédis seguiram para Lima ontem, ao lado da delegação alviverde, ficou para o gerente Oscar Yamato a responsabilidade de tentar acertar os negócios.

Na contramão, o Cori já liberou Reginaldo Araújo para o Flamengo até para facilitar a vinda de Igor. O jogador sequer treinou sexta e ontem (ele estava com os juvenis), e a diretoria acredita que o aval do técnico rubro-negro Abel Braga possa facilitar a negociação. Araújo está totalmente fora dos planos de Antônio Lopes.

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