Corinthians perde e torcedores provocam grande confusão

Apresentação apática dos jogadores em campo e atitude lamentável, com cenas de vandalismo, invasão a campo e grande batalha com a Polícia Militar dos torcedores. Time e torcida do Corinthians deram um enorme vexame nesta quinta-feira à noite, no Estádio do Pacaembu, durante o duelo contra o River Plate, pela oitava-de-final da Copa Libertadores. A derrota por 3 a 1 acabou com o sonho de conquista da competição e com o maior sonho da MSI quando assinou a parceira.

O que era para ser uma festa, quase acabou em tragédia, não fosse o grande trabalho da Polícia Militar. Aos 36 minutos do segundo tempo, quando Higuain fez seu segundo gol no jogo, o terceiro do River Plate – Nilmar abriu o placar e Coelho, contra empatou – o corintiano que, até o 1 a 1 ainda fazia festa, cantava e apoiava o time, perdeu a paciência.

Não acreditava no que via. Resolveram derrubar um portão na entrada do estádio e alguns, mais ousados, chegaram a invadir. Colocaram dedo em riste de Betão e de Ricardinho. A atitude lamentável e vergonhosa foi aplaudida das arquibancadas.

Atrás do gol principal, cerca de 30 policiais enfrentavam um bando de marginais que, ao invés de reclamar da atitude de seus jogadores, preferia briga. A pancadaria geral assustou. Muitas pessoas deixaram o estádio machucados, de ambos os lados.

A barbárie só acabou quando bombas de efeito moral foram atiradas. Os briguentos saíram correndo, assim como Kia Joorabchian que deixou seu convidado de honra – Jose Mourinho, técnico do Chelsea, sozinho o Pacaembu.

O 18º jogo contra estrangeiros no Pacaembu pela Libertadores foi o mais doloroso da história do Corinthians. Perdeu a invencibilidade e deu adeus ao sonho de conquistar a competição. Parecia a repetição de 2003. Derrota, em ambos os jogos para o River Plate, e nos quatro, de virada.

Antes de Carlos Chandía apitar o começo da partida, ainda quando a torcida cantava, em coro, o nome dos seus ídolos, já havia jogador tenso, com semblante fechado e um certo nervosismo. O melhor exemplo era o volante Xavier. Com a bola rolando, em menos de cinco minutos, seu índice de erros de passes era absurdo. Colocar a bola nos pés de um companheiro a um metro de distância parecia impossível.

A torcida cumpria seu papel. Gritava, apoiava o time, pressionava o rival. Mas em campo, esta energia demorava a ligar os jogadores. O River Plate administrava o tempo e, às vezes, arriscava um ataque. Santana assustou com chute perigoso no início.

Com Ricardinho apagado, Carlos Alberto era quem procurava jogo. Só que, em todos os lances, recebia faltas, em certos momentos, até desleais. Na frente, Tevez, observado por Jose Mourinho, técnico do Chelsea – veio ao Pacaembu a convite de Kia Joorabchian – parecia um guerreiro. Lutava muito e levava grande perigo em suas jogadas individuais e chutes de longe.

Passados mais de 30 minutos, Ademar Braga estava estático no banco de reservas. Sua primeira intervenção aconteceu aos 38 minutos. Numa falta perigosa, não deixou Coelho cobrar. "Deixa para o Ricardinho", disse. Que estrela. O meia colocou na cabeça do atacante Nilmar: 1 a 0 e explosão da torcida no Pacaembu.

Nilmar acabava, ali, com jejum de três jogos sem marcar e cumpria a promessa de dar grande contribuição. Não imaginava, porém, ter chance clara aos 44. Acertou a rede, pelo lado de fora. "O jogo está brigado, disputado. Temos de continuar do mesmo jeito, e ter atenção especial nas bolas paradas e no Gallardo", a recomendação de Ademar no intervalo.

O time parece não ter escutado. Após desperdiçar um bons ataques viu Coelho, após cruzamento de Gallardo, desviar a bola para suas próprias redes: 1 a 1. O gol deixou os corintianos ainda mais abalados. Aos 26, de novo Gallardo, serviu Higuain para anotar o gol da virada. E com o terceiro estabeleceu-se a confusão. Um fim lamentável para a participação do Corinthians nesta Libertadores.

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