São Paulo – Se Grêmio e São Paulo fizeram uma espécie de ?final? do Brasileirão, no último domingo, Corinthians e Palmeiras terão sua própria decisão, hoje às 22h, no Morumbi. Contrariando a tradição do duelo, será uma decisão ?às avessas?, já que o vencedor não levará nenhuma taça para casa. Ao contrário, quem perder ficará mais próximo do que nunca da Série B.
Com a vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, o Corinthians deixou a zona da degola (ocupa agora o 15.º lugar, com 35 pontos), mas ainda está longe de ficar em situação confortável. O Palmeiras aparece uma posição à frente, com 37 pontos, mas vem de derrota por 3 a 0 para o Vasco e mais uma vez flerta com a parte inferior da tabela.
Faltam ainda oito rodadas para o término do Brasileirão, e os dois times sabem que terão tranqüilidade somente quando espantarem definitivamente o fantasma do rebaixamento. Mas é inegável que um triunfo diante do maior rival dará um pouco de paz para a seqüência do trabalho.
?Se conseguir a vitória, a equipe terá mais tranqüilidade, porque em dois jogos terá conquistado seis pontos. Acredito que do outro lado eles estejam falando a mesma coisa?, afirmou o técnico Emerson Leão, do Corinthians. ?Uma vitória será boa para acalmar a semana. Já um resultado diferente pode trazer abatimento?, concordou o volante palmeirense Wendel.
Sobrevivência
A luta pela sobrevivência não é normal no histórico dos dois clubes, que há alguns anos costumavam protagonizar grandes decisões. Foi assim, por exemplo, nas finais do Campeonato Paulista de 1993, com vitória palmeirense, e de 1995, com vitória corintiana. E, mais recentemente, nas Libertadores de 1999 e 2000, quando o Verdão saiu vitorioso, nas duas ocasiões.
?É desagradável ver dois gigantes se enfrentando para não morrer, quando sempre se enfrentaram para sobreviver com títulos?, reconhece o Leão, que, quando jogador, defendeu as duas equipes. Já como treinador, teve a passagem mais recente pelo Palmeiras ainda neste ano.
Retrospecto e mistério apimentam confronto
Para completar o tempero do clássico, os rivais buscam uma significativa vantagem histórica. Na história do Brasileirão, Corinthians e Palmeiras já se enfrentaram 30 vezes, com nove vitórias para cada lado e 12 empates. Nos saldos de gols, quem leva vantagem é o Verdão, com 39 tentos contra 30 do rival. Além de escapar do inferno, quem vencer hoje passa à frente no retrospecto.
Conscientes da importância de um triunfo, os dois treinadores fazem mistério. Leão não revela quem será o comandante de ataque, pois Amoroso, com dores no pé, não está confirmado. Na ausência do artilheiro, o mais provável é que o comandante opte por Nadson, que está recuperado de contusão e está com mais moral do que Rafael Moura. Já no lado alviverde, o mistério fica por conta da formação da equipe. Na última partida, o técnico Marcelo Vilar optou pelo 3-5-2, mas a tendência agora é que volte ao 4-4-2. Neste caso, usaria Nen e Alceu como dupla de zaga e Marcinho e Valdívia no meio-campo.