Corinthians deve recorrer a empréstimo bancário para pagar dívidas

O presidente Andrés Sanchez revelou que até setembro terá uma economia de R$ 800 mil na folha salarial do futebol do Corinthians, mas isso não vai impedir que, no mais tardar em agosto, o clube precise de um empréstimo bancário para saldar outras dívidas.

Os R$ 800 mil que serão economizados na folha, segundo Andrés Sanchez, são os valores de luvas negociadas nas contratações dos jogadores e que entram no balanço financeiro como salário. Foram 19 atletas adquiridos desde janeiro. No mês passado, terminaram as de Chicão, em junho acaba as de André Santos e até setembro termina as de Fabinho, o último da lista. "Nossa folha salarial, sem as luvas, gira em torno de R$ 2,8 milhões, que é o que vamos ter que desembolsar nesses últimos meses do ano. Com as luvas, chegava a quase R$ 4 milhões", explicou o presidente.

Mas, mesmo com essa economia, o Corinthians deve precisar de auxílio no pagamento dos "extras", como chamam os dirigentes corintianos. São dívidas já negociadas e parceladas, como as dos técnicos Daniel Passarella (R$ 2,8 milhões) e Emerson Leão (R$ 1,3 milhão), que já passaram pelo clube – esses dois casos são resquícios ainda da desastrada parceira feita com a MSI.

"Nossa receita mensal cobre os gastos com o clube social e com o departamento de futebol", esclareceu Andrés Sanchez, em conversa com poucos jornalistas que acompanharam o lançamento da franquia de lojas "Poderoso Timão" na noite de quinta-feira. "O problema são as dívidas que precisamos honrar, todas negociadas e parceladas. Acredito que no mês que vem (julho), no máximo em agosto, vamos precisar de um empréstimo bancário. A situação financeira do clube segue preocupante".

A dívida corintiana, atualizada no fim de maio, ultrapassa os R$ 101 milhões, já somadas as dívidas declaradas e negociadas. E obriga o clube a buscar dinheiro desesperadamente. Não foi por acaso que parte dos direitos desportivos de três jogadores – do lateral André Santos, do atacante Dentinho e do zagueiro Renato – foi vendida para o empresário Delcir Sonda. A quantia de pouco mais de R$ 5 milhões que entrou no cofre do Corinthians com esse negócio serviu para quitar a segunda parcela, de mesmo valor, com o Lyon, da França, em dívida contraída por causa da compra de Nilmar – mais uma pendência deixada pela ex-parceira MSI.

A dificuldade financeira é abordada por Andrés Sanchez sempre que lhe perguntam sobre a reeleição. O pleito corintiano ocorre em janeiro de 2009. E ele sempre deixa no ar que pode deixar de concorrer, porque está se desgastando tentando conseguir dinheiro para o clube.

Andrés Sanchez cita um exemplo de dívida que encontrou ao assumir, em outubro passado, e que o desanima a continuar. "O Corinthians tinha uma dívida de R$ 3,6 milhões com um clube chamado Irineu, do Paraná, por causa da negociação do meia Renato", revelou o presidente. "Esse clube tinha parte do jogador quando o Corinthians o negociou com o Flamengo, e a diretoria antiga não sabia. Eles entraram na Justiça e ganharam. Negociamos para R$ 1,6 milhão e parcelamos. Por isso que a conta nunca fecha".

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