Copa São Paulo, o “vestibular” do futebol

São Paulo – Vestibular da bola; vitrine para as futuras gerações do futebol; celeiro de novos craques; entre outros. São muitos os jargões futebolísticos que tentam definir a importância da Copa São Paulo de Juniores, cuja 36.ª edição tem início hoje, para o futebol brasileiro.

Desde a sua criação, em 1969, são incontáveis as jovens promessas que tiveram a oportunidade de transformar seus talentos em realidade perante os olhos de todo o Brasil, graças, principalmente, à credibilidade do torneio, que faz parte das comemorações do aniversário da cidade de São Paulo.

O inchaço, as constantes mudanças no calendário do futebol nacional e a evasão de jogadores rumo ao exterior – são negociados cada vez mais cedo e cada vez mais jovens pelos clubes que os revelam -, no entanto, podem comprometer a qualidade técnica desta e das próximas edições da Copa São Paulo. Como conseqüência, o torneio distancia-se cada vez mais de sua principal finalidade: a de revelar os futuros ídolos dos clubes brasileiros.

Em 21 dias – a final, como sempre, será no dia 25 de janeiro, no Pacaembu -, serão disputados ao todo 163 partidas, o que dá a absurda média de quase oito jogos por dia, uma maratona impossível de ser devidamente acompanhada com um olhar mais criterioso. Desta forma, as atenções se voltam principalmente aos favoritos de sempre, como Corinthians, Fluminense, Internacional, São Paulo, Flamengo, Cruzeiro etc., e poucos garotos que atuam em times de menor (ou nenhuma) expressão têm realmente condições de se sobressaírem.

São, ao todo, 88 clubes de todas as regiões do País, divididos em 22 grupos de quatro equipes cada nesta primeira fase. Classificam-se para a segunda fase as primeiras colocadas de cada chave e mais 10 por índice técnico, independentemente do grupo. Desta fase em diante, o sistema passa a ser de eliminatória simples – ou seja, perdeu, cai fora. Em caso de empate, a vaga à fase seguinte será decidida nos pênaltis.

Com o prestígio adquirido ao longo dos anos, a Copa São Paulo ganhou projeção internacional nas décadas de 80 e 90 e, devido a isso, chegou a contar com a participação de times estrangeiros, como o Boca Juniors, da Argentina, e outros clubes da América do Sul e até a seleção japonesa da categoria.

Atualmente, além de inchada com agremiações de aluguel para empresários exibirem seus pupilos, a Copa SP se vê obrigada a dividir as atenções com a maioria dos campeonatos estaduais, que passaram a começar mais cedo, em janeiro, antes período de férias, devido ao apertado calendário nacional.

Enfim, a cada edição o torneio corre o sério risco de se transformar em uma grande feira para empresários e olheiros do mundo inteiro em detrimento da qualidade técnica, o que só contribui para impedir a empatia dos torcedores com aqueles que deveriam ser os seus futuros ídolos, ou seja, a razão de ser do futebol.

Os nossos representantes na Copinha

Jorge Luiz da Silva

O Coritiba vai atuar na cidade de Louveira, pelo grupo D, no Estádio Municipal José Silveira Nunes, sempre às 16h, jogo de fundo, nos dias 5 (quarta-feira), 9 (domingo) e 12 (quarta-feira), contra: Associação Desportiva São Caetano, Chapadinha FC e Campinas FC (time do ex-craque Careca), nesta ordem.

O Atlético, que está no grupo N, joga sempre às 16h no Estádio 1.º de Maio, na cidade de São Bernardo do Campo. Na estréia, quarta-feira, dia 5, pega o Galo Mineiro; depois, dia 9, domingo, encara o Palmas, de Tocantins, e fecha a fase inicial, dia 12, quarta-feira, contra o time da casa, o Palestra.

O Tricolor, único paranaense a ficar na capital paulista, estréia quarta-feira, dia 5, contra o Juventus no jogo de fundo do Estádio Conde Rodolfo Crespi, onde serão realizados todos os jogos do grupo V, o último da listagem. Sempre às 16h, a segunda rodada será contra o Interporto, do Tocantins, fechando participação na 1.ª fase contra o time sindical paulista Força EC.

O Iraty ficará no grupo G, em Lençóis Paulista, no Estádio Archangelo Braga. Na estréia, dia 5, às 14h, contra o time da cidade, o Clube Atlético Lençoense. Na segunda rodada pega o Sport Club Recife, no jogo de fundo, às 16h e encerra a participação na 1.ª fase contra o CA Sorocaba, às 14h.

O zagueiro Nelinho, depois de disputar o brasileiro pelo Paraná Clube, é um dos grandes reforços do Azulão. "Quero emprestar aos meus companheiros a minha experiência adquirida na passagem pelo Tricolor. Quero crescer na profissão e a Copa SP é uma grande chance", disse, otimista, o zagueiro. Ele confessou que está curado da lesão no púbis, que o perturbou durante longo tempo.

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