Conselho do Atlético veta proposta da prefeitura

Depois de três horas e meia de explanações, perguntas e respostas, o conselho deliberativo do Atlético decidiu, ontem à noite, rejeitar a proposta da Prefeitura de Curitiba que pretendia, através da utilização do Potencial Construtivo do terreno onde está a Arena da Baixada, angariar recursos necessários ao término da Arena para a Copa do Mundo de 2014.

Com a negativa, praticamente voltam à estaca zero os entendimentos para viabilizar financeiramente a obra, já que o clube, por meio de sua presidência, insiste no posicionamento de não bancar sozinho os mais de R$ 130 milhões necessários para adequar o estádio ao caderno de encargos da Fifa.

Cerca de 150 conselheiros compareceram à Arena para apreciar o projeto governamental e decidir a favor ou contra a implantação do mesmo. O ex-presidente Mário Celso Petraglia era um dos conselheiros aguardados para participar da reunião, mas não compareceu. No seu endereço de twitter constava a informação que ele estava em Natal, Rio Grande do Norte, participando de reunião de negócios.

Quem defendeu o projeto do governo municipal foi o secretário Luiz Fernando Jamur. Porém suas considerações não entusiasmaram os conselheiros atleticanos, principalmente diante dos números apresentados pela diretoria do clube que, através de estudos de uma auditoria contratada, prospectaram prejuízo para o Rubro-Negro com a adoção do projeto no decorrer dos anos.

Segundo a projeção apresentada na reunião, o Atlético correria o risco de acumular prejuízo anual de R$ 22 milhões por ano se aceitasse a proposta da prefeitura.

Além disso, a desativação total da Arena para as obras, com o deslocamento dos jogos para outro estádio, poderia resultar na fuga de 75% dos atuais sócios do clube.

A auditoria também apresentou números sobre os custos que a nova Arena padrão Fifa traria ao Atlético. Um deles é de que o consumo de energia elétrica triplicaria.

Outro é que os espaços ociosos do novo projeto não poderiam ser revertidos em área para a torcida após o término do Mundial 2014. Assim, a proposta foi rejeitada.

PC

Pelo projeto da prefeitura, ocorreria uma modificação na lei de zoneamento e uso de solo do município onde seriam criadas “zonas especiais de esporte” que beneficiariam, além do Atlético, os demais clubes da capital.

Para a Arena, especificamente, o potencial construtivo do perímetro seria estendido e o excedente (área não utilizada na obra) seria comercializado às construtoras interessadas, garantindo assim recursos da ordem de R$ 90 milhões para o término da Arena dentro do padrão Fifa. O projeto, se aprovado pelo conselho atleticano, seria encaminhado à Câmara Municipal para ser apreciado.