Conselheiro ligado a Evangelino em campanha pra suceder Gionédis

Em ano de eleição e muitos protestos contra o presidente Giovani Gionédis, que diz que não vai concorrer à reeleição, o primeiro candidato a sentar na principal cadeira do Alto da Glória já se manifestou. Conselheiro vitalício, Celso Carlos Moreira, ligado ao grupo de Evangelino Costa Neves – o Chinês, lança a campanha apostando na plataforma do ingresso barato para fortalecer a torcida e intimidar os adversários no Couto Pereira. Em entrevista ao Paraná-Online, esse mineiro de nascimento, mas morando em Curitiba há 42 anos, separado e pai de dois filhos, diz o que é necessário mudar para o Coxa voltar a ser respeitado e subir para a 1.ª Divisão.

Paraná-Online – Por que ser presidente do Coxa?
Moreira – Não suporto mais ouvir as mesmas promessas e ao fim de cada temporada ver nosso clube do coração distante das vitórias e conquistas. Desde o afastamento de forma abrupta em 95 do Evangelino, um grupo de empresários de sucesso acharam por bem não ajudá-lo com uma irrisória quantia – algo em torno de R$ 300 mil, exigindo o seu afastamento para tal. De lá para cá, vimos vários projetos de conclusão do estádio, promessas de modernização do clube, quitação da dívida em 2 ou 3 gestões, de um valor que na época girava em torno de R$ 3 milhões, e o que conseguiram foi aumentá-la de forma astronômica nos anos seguintes.

Este mesmo grupo foi buscar um Gionédis empolgado com a oportunidade, como solução para os sérios problemas financeiros do Coritiba. O que se vê é uma decadência acentuada a cada temporada, onde dezenas de jogadores sem a menor condição técnica são contratados – como em 2006 -com salários altíssimos. Salvaram-se alguns pratas da casa, sendo que ainda foram vendidos para saldar compromissos urgentes e que permitiram a dívida diminuir para menos de R$ 30 milhões.

Paraná-Online – Mesmo assim o senhor quer dirigir o Coxa?
Moreira – Sou sim, candidato a candidato a presidente. Seria um privilégio trabalhar direta e dioturnamente no clube do meu coração, um sonho confesso acalentado desde a adolescência. Mesmo não estando na diretoria vou ao clube e me informo dos problemas, pena que isto não foi suficiente para sensibilizar a atual diretoria em aceitar nossa colaboração e de outros amigos do grupo do Chinês, para revertermos este calvário que estamos vivendo.

Paraná-Online – O que está errado na atual administração?
Moreira – Falta humildade em reconhecer capacidades, espírito de trabalho em equipe. Embora haja um conselho diretor de 9 membros, não mais do que 3 contando o presidente Giovani acabam dando um jeito de decidir e convencer os outros. A vaidade e o desconhecimento da área de futebol é nítida. O descaso em receber ajuda dos mais experientes, quer ex-presidentes e diretores, conselheiros, e até de ex-atletas consagrados, faz com que prevaleça o amadorismo e as tentativas em vão de acertar. Para piorar não há respeito inclusive para com a grande massa torcedora, maior patrimônio do Coritiba.

Paraná-Online – O senhor fala em reduzir o preço dos ingressos, isto é possível? Não vai contra o direito de quem se associou e paga mais?
Moreira – Acredito, porque neste ano em que temos que aproveitar a chance onde 4 equipes sobem à 1.ª Divisão, pois o ano que vem serão somente duas – Nota da redação: não tem nada oficial nesse sentido. Estamos sofrendo na Série B, com a redução da receita para 25% daquilo que recebíamos há dois anos, da verba destinada da TV aos integrantes do Clube dos 13. Patrocinadores de grande porte se afastaram, vendas de placas e espaços diminuíram. Jogadores, somente agora uma nova safra está despontando para possível venda e espero que não antes do final do ano, tais como Henrique, Pedro Ken, Marlos e talvez mais um ou dois. Portanto temos que priorizar e valorizar a lotação do estádio, não só pela receita melhor que poderemos auferir, mas principalmente para criarmos as condições indispensáveis para intimidarmos nossos adversários, com a massa torcedora apoiando, gritando…

Paraná-Online – Quando o Evangelino pediu a renúncia do Gionédis, o senhor foi apresentado como substituto do Chinês na diretoria apoiando a atual administração. Agora, está contra, o que aconteceu?
Moreira – Na realidade só houve uma apresentação, não foi oficializada, tamanha confusão, falta de respeito e desacordos. Saíram dois diretores do nosso grupo, o Evangelino que pediu demissão e o Luís Guilherme de Castro. A diretoria, de 9, só tem 8, porque o Luís Guilherme estatutariamente ainda é diretor, pois não pediu demissão. Do nosso grupo do Chinês, que era para ter 50% dos cargos, só sobrou um na diretoria, o Dante Millarch.

Por isto e para tentar ainda manter um acordo que fizemos com o Gionédis por ocasião das eleições, ele me convidou para ser diretor. Disse que aceitaria para tentar ainda reverter aquele mal-estar que havia pelo fato de não termos conseguido fazer uma administração em conjunto. Naquela área que nos interessava colaborar, que era o futebol, grande deficiência do Gionédis e seu grupo.

Paraná-Online – Com o elenco e comissão técnica atuais o Coritiba sobe pra 1.ª Divisão?
Moreira – Tenho muita fé e esperança! Principalmente na força, na tradição da nossa camisa, na nossa torcida empurrando e mostrando a cada jogo a este grupo de jogadores a importância deste clube, para que eles realmente vistam o nosso manto sagrado com amor, garra e dedicação, embuídos do espírito dos vencedores, afinal eles também têm que se destacar em suas carreiras como profissionais da bola.

Paraná-Online – O que faltaria para a torcida comemorar a volta à 1.ª Divisão no ano que vem?
Moreira – Coerência, respeito à torcida para termos o clima necessário a cada jogo em casa principalmente e contratação de jogadores com mais critério. Essa história de novo estádio é um absurdo neste momento, desvia a atenção.

Coritiba tenta evitar a pressão

A semana começa novamente quente pelos lados do Alto da Glória. A diretoria do Coritiba mantém "prestigiado" o técnico Guilherme Macuglia, que terá que trabalhar com a cabeça quente para enfrentar o Remo-PA, na próxima rodada em Belém. A partida acontece às 20h30, na próxima sexta-feira. A equipe paraense, com apenas três pontos ganhos, ocupa a 18.ª colocação e no momento está no G-4 do rebaixamento.

O jogo que decidirá o futuro do treinador. Uma derrota ou um simples empate pode ser fatal para a permanência de Macuglia. No entanto, existe uma pressão de parte da diretoria forçando o treinador a ser demitido já no começo da semana, para dar tempo de trazer Antônio Lopes para dirigir a equipe no norte do País.

O rabo de foguete no momento está com o diretor de futebol do clube, João Carlos Vialle. O dirigente se divide em cobrar mais empenho dos jogadores, manter reuniões permanentes com a comissão técnica do Coxa, e ainda abafar o fogo dos incendiários que tentam fritar já o treinador Macuglia.

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