Confusão marcou o empate do Cambé contra o Iguaçu

O folclórico dirigente Marcelo Caldareli, hoje presidente do Cambé, equipe que está disputando a Divisão de Acesso – 2.ª Divisão do Campeonato Paranaense, conseguiu mais uma vez se notabilizar. Na última quarta-feira, no Estádio José Garbelini, em Cambé, o cartola invadiu o campo no intervalo do jogo e ?nocauteou? o técnico do Iguaçu, Osvaldo Bianchini.

A partida, válida pela 2.ª rodada da 2.ª fase da Divisão de Acesso, estava 1 a 0 para a equipe de União da Vitória. Caldareli, de mala preta em punho, entrou no gramado e foi pressionar o trio de arbitragem, reclamando de uma falta não marcada na área do Iguaçu. Bianchini foi acompanhar de perto as queixas do cartola do Cambé que não gostou e teria dado uma de ?Zidane?, acertando uma cabeçada no treinador do Iguaçu, que caiu no gramado.

?Não vi o que aconteceu. No intervalo do jogo fui para o vestiário. O representante da Federação também estava comigo nesse momento?, disse ontem por telefone de Maringá, o árbitro da partida, Almir Rogério Ruiz Garcia. A confusão não consta na súmula da partida. ?Não fiz o relato porque não vi. Não posso me basear no que me disseram, ou no que ouvi falar?, se defende Almir Rogério afirmando porém ?que o presidente do Cambé realmente havia invadido o gramado para reclamar do suposto lance de pênalti?. ?Todos conhecem o Caldareli. Mas não me deixei intimidar?, disse o árbitro. A equipe de Cambé empatou a partida aos 30 minutos do 2.º tempo.

Para o presidente do Iguaçu, Odenir Borges, o jogo foi ?aguerrido e muito disputado?. ?Estamos bem na competição. Eles (do Cambé) achavam que seria fácil nos vencer. Dominamos o 1.º tempo, tivemos bola na trave e saímos vencendo. Eles investiram muito, trouxeram vários jogadores experientes; Macedo, Tupã, Ervilton. O Caldareli invadiu o campo, mas não queremos confusão. Não vamos apresentar reclamação junto à Federação?, afirmou Odenir Borges.

Sobre a agressão sofrida pelo treinador do Iguaçu, o dirigente disse que ?amanhã (hoje), Orlando Bianchini faria exame de corpo de delito, e depois apresentaria queixa-crime contra Marcelo Caldareli. Procurado pela reportagem da Tribuna, o presidente do Cambé não foi localizado para comentar o assunto. Jogadores do Iguaçu negaram que viram dinheiro na mala que o dirigente estava utilizando durante o jogo, assim como Almir Rogério Ruiz Garcia, negou que o Caldareli teria ido ao vestiário do trio de arbitragem. Iguaçu e Cambé dividem a primeira colocação do Grupo E, da Divisão de Acesso.

Caldareli já trouxe ator pra ser técnico do Tubarão

Esta não é a primeira vez que Marcelo Caldareli protagoniza lances pitorescos junto ao futebol paranaense. Na metade dos anos 90s o dirigente despertou a atenção nacional ao chamar o ator Nuno Leal Maia para ser o treinador do Londrina. A estrela global, na época, trouxe também outro personagem folclórico, Romeu Evaristo, o Saci, que tinha atuado no seriado infantil ?Sítio do Pica-Pau Amarelo?, de Monteiro Lobato.

Outra passagem que virou notícia nacional foi a maneira nada peculiar do presidente do Londrina premiar na época seus jogadores. Como incentivo financeiro o cartola dava gordos bichos aos atletas, que para ganhar a recompensa tinham que correr no pasto atrás dos bois doados ao clube por fazendeiros da região.

Quando participava dos arbitrais da Federação, em Curitiba, Caldareli trazia sempre consigo uma bóia de piscina representando o Tubarão, símbolo da equipe do norte do Estado. (JTJ)

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