Com carro velho, Ferrari reage no treino de Imola

O carro velho da Ferrari pode dar seu último suspiro em Imola e se despedir por cima da Fórmula 1. Vencedora de 14 das 15 corridas que disputou no ano passado, a F2002 chegou a ser “aposentada” depois da terceira derrota seguida, em Interlagos, mas foi reabilitada depois que Michael Schumacher vetou a estréia do novo modelo.

E ontem, na pré-classificação para o GP de San Marino, quarta etapa do mundial, a “velhinha” não decepcionou: Schumacher fez o melhor tempo, 1min20s628, com Rubens Barrichello na segunda colocação, a 0s454 do alemão.

Os dois foram os únicos que superaram o tempo da pole do ano passado, de Schumacher, 1min21s091. Com o resultado, serão os dois últimos pilotos na pista hoje para o treino que define o grid de largada em voltas lançadas. Até agora, nesta temporada, três pilotos diferentes fizeram poles: Schumacher em Melbourne, Fernando Alonso (Renault) em Sepang e Barrichello em Interlagos. Outros três venceram: David Coulthard e Kimi Raikkonen, da McLaren, e Giancarlo Fisichella, da Jordan.

“Esse carro ainda é muito rápido e vencedor”, disse o brasileiro. “Se me dissessem que eu teria de correr com ele até o final do ano, com algum trabalho de desenvolvimento ele seria mais do que competitivo. E o de 2003 é mais rápido ainda, isso que é bom na Ferrari. Pena que a gente não trouxe ele para cá, mas é que choveu muito na semana passada e não deu para testar direito.”

De acordo com Rubens, “não adiantaria ter um carro para fazer a pole e não terminar a prova”. Daí a opção mais segura pela F2002. A F2003-GA estréia em Barcelona, desde que não apresente problemas nos testes da semana que vem. “Eu disse que quando voltássemos à Europa teríamos vantagem de novo”, comemorou Schumacher. “Mas nossos adversários são muito fortes, principalmente a Williams.”

A equipe inglesa foi mesmo a que ficou mais perto da Ferrari, com Ralf Schumacher em terceiro e Juan Pablo Montoya em quarto. A surpresa do dia foi, como no Brasil, Mark Webber, da Jaguar, em quinto. “Não poderia ter começado melhor meu fim de semana”, festejou o australiano. “É em Imola que as equipes acordam para o campeonato e andar bem aqui é um sinal claro de nosso potencial para o resto do ano.”

A McLaren acabou decepcionando. O líder do mundial, Raikkonen, ficou em oitavo, com Coulthard, segundo na classificação, em nono. Os outros dois brasileiros também não foram bem. Antônio Pizzonia, parceiro de Webber, fez o 15.º tempo e atribuiu o mau resultado ao fato de ter usado o carro reserva. “O motor do titular teve um problema no treino extra da manhã”, explicou. Cristiano da Matta, da Toyota, não arrumou desculpas para o 18.º lugar. “Cometi um monte de erros logo nas primeiras curvas que estragaram minha volta. Mas foi a primeira vez que errei em classificação, acho que tenho um crédito”, disse o mineiro, confiante para hoje.

O treino que define o grid acontece a partir das 9h de Brasília. Há 30% de possibilidades de chuva, chances que aumentam para 65%, segundo a meteorologia, para a corrida de amanhã.

E Fisichella ganha a taça

Doze dias depois, o GP do Brasil finalmente teve seu “pódio”. Ontem, antes do início dos treinos livres em Imola, Giancarlo Fisichella recebeu das mãos de Kimi Raikkonen o troféu de vencedor da corrida de Interlagos. No dia 6 de abril, o finlandês levantou a taça em São Paulo. Mas cinco dias depois o resultado foi revisto, por um erro no procedimento de cronometragem.

A cerimônia aconteceu na reta de largada. Os carros da Jordan e da McLaren foram colocados na pista e, com as presenças de Ron Dennis, Eddie Jordan e até Bernie Ecclestone, foi feita a troca dos prêmios. O hino italiano foi executado e Fisichella pôde comemorar sua primeira vitória diante de sua torcida.

“É muito importante para mim esta vitória. Com os dados que tínhamos, sabíamos que o resultado seria mudado. Mas só tive certeza mesmo na sexta-feira da semana passada, quando a FIA oficializou tudo”, disse Giancarlo.

Pilotos defendem as novas regras

De uma maneira geral, os pilotos também apóiam as novas regras da F-1. “As corridas têm sido muito boas, por isso o regulamento deve ser bom”, disse ontem Jacques Villeneuve, da BAR. “Pode ser que a classificação com os carros mais pesados, com mais gasolina, não seja tão emocionante. Mas se isso ajuda a fazer corridas melhores, é o que importa.” A maior restrição tem sido feita à regra que estipula o uso de apenas um tipo de pneu de chuva por GP. “Isso poderia mudar. Não gosto do que aconteceu no Brasil, pilotos rodando e saindo da pista o tempo todo. Às vezes não entendo a F-1”, falou Rubens Barrichello.

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