COI diz que prioriza atletas em escolha da sede olímpica

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, mandou nesta terça-feira um recado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva: questões geopolíticas não devem ser consideradas na escolha da cidade que será sede da Olimpíada de 2016. Para ele, o que contará são os aspectos técnicos de cada uma das candidatas. “Os Jogos são para os atletas”, avisou o dirigente.

 

Além do Rio de Janeiro, Chicago, Madri e Tóquio disputam o direito de sediar a Olimpíada de 2016. Nesta quarta-feira, na sede do COI, em Lausanne, na Suíça, as quatro cidades têm a última chance de apresentar as suas candidaturas e defenderem seus projetos para os membros da entidade. A eleição, portanto, está marcada apenas para o dia 2 de outubro, em Copenhague, na Dinamarca.

Até a eleição em outubro, a estratégia adotada pelo Brasil para conseguir votos para o Rio é a de convencer os membros do COI que pertencem a países latino-americanos, africanos e árabes de que a candidatura brasileira representa todos os países em desenvolvimento. Na última segunda-feira, em passagem pela Suíça, Lula chegou a dizer que a organização da Olimpíada não pode ficar restrita aos “países ricos”.

O presidente do COI, por sua vez, também deu seu recado. “Não apoio as considerações geopolíticas. Certamente isso tem um papel. Mas o que vale é a Vila Olímpica, as instalações, a organização, a qualidade da competição e a transmissão. Além disso, a segurança e a participação popular são fundamentais”, disse Rogge. “O cuidado aos atletas é o principal. A Olimpíada é para eles e para ninguém mais. Eles lutaram muito para chegar lá.”

Rogge admite, porém, que a questão de levar os Jogos Olímpicos para um novo continente é algo que será levado em conta por alguns membros na hora de votar – a América do Sul nunca recebeu o evento. Já o chefe da candidatura de Tóquio, Ichiro Kono, não quer nem ouvir falar em uma consideração geopolítica. “O COI não toma como base a rotatividade entre continentes”, avaliou o dirigente. “A decisão precisa ser baseada no mérito”, completou o governador da cidade japonesa, Shintaro Ishihara.

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