Clubes do exterior sondam destaques do Paraná

A diretoria conta as horas. Aguarda com ansiedade o encerramento da janela da Fifa para transferências internacionais – na próxima quinta-feira – para pôr fim às constantes especulações sobre possíveis transações de seus principais jogadores. O lateral Angelo esteve a pique de ser negociado com o Genoa, da segunda divisão italiana. Agora, é Gustavo quem pode trocar o Paraná Clube pelo futebol alemão. Nenhuma das partes confirma – ou nega – a negociação e uma reunião marcada para hoje pode definir o futuro do zagueiro.

O Tricolor ainda tenta renovar o seu contrato por mais três temporadas, mas os dirigentes admitem ser muito difícil um acordo. Gustavo chegou ao clube no início da temporada para suprir a saída de Daniel Marques, titular absoluto da zaga no Brasileiro de 2005. Assinou contrato até dezembro e com um futebol simples foi conquistando seu espaço a cada rodada. É o jogador do Paraná que mais atuou neste Brasileiro (18 jogos), algo atípico para um zagueiro, sempre sujeito a suspensões. O clube não conseguiu adquirir – como chegou a ser apalavrado – 60% de seus direitos federativos ao término do estadual.

?É algo que não constava no contrato. Então, fica o dito pelo não dito?, lamentou o presidente José Carlos de Miranda. ?Estamos conversando, mas se conseguirmos segurá-lo até o fim do ano já está de bom tamanho?, afirmou. Miranda deixou claro que não há jogador inegociável no grupo e o clube precisa ?emplacar? pelo menos uma transação internacional, de preferência em dezembro, para equilibrar a balança. No ano passado, com as negociações de Borges e Thiago Neves o Tricolor zerou sua conta. Agora, o objetivo é obter lucro para futuras transações.

No caso de Gustavo ser vendido após o Brasileiro, o Paraná não obterá lucro algum. O jogador é dono de seus direitos federativos e a partir de dezembro segue livre para onde bem entender. Por força da lei, pode até assinar já um pré-contrato – o prazo é seis meses antes do término do contrato em vigência -, o que reduz em muito a possibilidade do zagueiro continuar na Vila Capanema. Para Miranda, o destino de Gustavo será mesmo o futebol europeu.

?Ele é um jogador esclarecido. Já esteve no exterior e possui passaporte comunitário?, afirmou o presidente paranista, já prevendo a saída de Gustavo.

O jogador prefere não criar falsa expectativa. ?Confio na decisão do presidente. Tenho mais três meses de contrato com o Paraná e se a decisão for pela minha permanência vou dar o máximo para garantir essa vaga na Libertadores?, assegurou. Para o presidente, os boatos sobre eventuais negociações interferem diretamente no rendimento do time. ?Não é regra. Mas que atrapalha, atrapalha?, disse.

As apostas maiores do clube para retorno financeiro continuam sendo Maicosuel e Leonardo. Os jogadores têm contratos mais longos (até 2008) e são as principais referências ofensivas do Tricolor. ?O ideal seria segurar todos. Mas a nossa realidade econômica nos obriga a efetuar transações. Se pudermos vender só um e segurar uma base, melhor?, finalizou o presidente paranista.

Nada de desespero

?Apertem os cintos. Estamos entrando em uma área sujeita a turbulência.? A frase do técnico Caio Júnior resume o dia seguinte do Paraná Clube após o inesperado revés diante do Juventude. Na primeira conversa com o grupo, o ?piloto? tricolor fez uma analogia entre o Brasileirão e uma longa viagem de avião. ?É impossível se manter uma regularidade ao longo de 38 jogos. Oscilações são normais.

Só devemos ter o cuidado para que esses períodos ruins sejam breves?, comentou o treinador.

Caio Júnior usou como exemplo seus concorrentes diretos pelas primeiras colocações. ?Todos passaram por fases ruins. O Cruzeiro, por exemplo, ficou sete rodadas sem vencer e já está na briga outra vez?, disse. Situações parecidas foram vividas também por Santos, Vasco, Grêmio, Inter e Figueirense. ?Mesmo com a derrota, nos mantivemos numa boa colocação. Uma vitória já nos coloca outra vez na zona da Libertadores?, acredita o comandante paranista. É com essa diretriz que Caio Júnior pretende administrar a seqüência de duas derrotas, algo que só havia ocorrido uma vez na temporada.

?Pressão sempre existe. Mas, nas vitórias, o clima é diferente. É no momento de dificuldade que o grupo precisa reagir?, explicou Caio, que já enfatiza a recuperação emocional do grupo. Para isso, conta com a volta de dois importantes jogadores: Émerson e Beto.

Os dois fizeram muita falta diante do Juventude e já estão escalados para o jogo de quinta-feira, às 20h30, no Maracanã, frente ao Botafogo. A única dúvida está no comando do ataque, já que Leonardo continua em tratamento. ?Ainda sinto dor no local (tornozelo). Mas, vamos esperar mais um pouco. A delegação só viaja na quarta?, disse o jogador.

Para superar esse momento de instabilidade, o Tricolor terá que buscar superação fora de casa. Depois do Botafogo, o time encara o Grêmio, no Olímpico. ?Vamos fechar o grupo nessa viagem. Serão cinco dias de concentração, para retomarmos o foco e a confiança. Não podemos deixar nos abater por um jogo ruim, apenas.?

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