Clássico quente, apesar das derrotas

O clássico de hoje – às 16h, na Arena da Baixada – estava cercado por grande expectativa. Afinal, diante da boa fase do Paraná Clube e da reação do Atlético, o duelo apontaria qual clube paranaense permaneceria na luta pela Libertadores.

Tudo isso ruiu após os insucessos das equipes na rodada anterior. O rubro-negro foi goleado pelo Fluminense, no Rio de Janeiro, e o tricolor perdeu para o São Caetano uma invencibilidade de onze jogos atuando no Pinheirão.

Mas, como clássicos são movidos pela rivalidade, engana-se quem prevê um jogo frio. Se a Libertadores passou a ser sonho distante – o Fluminense abriu oito pontos de vantagem para o Paraná e onze para o Atlético – os clubes ainda buscam os pontos necessários para garantir classificação à Copa Sul-Americana. Não menos importante, o clássico também pode definir quem é o melhor time do Estado neste brasileiro. O tricolor, que esteve sempre à frente, tem vantagem de três pontos. Mas, caso vença, o rubro-negro passa à frente no critério de desempate (maior número de vitórias).

O Atlético já abandonou a perspectiva de voltar à Libertadores. Com chances igualmente mínimas de ser rebaixado, o Furacão já estabeleceu como foco o segundo torneio em importância do continente. Além da rivalidade, outra motivação rubro-negra é o retorno de Dagoberto, que não enfrentou o Fluminense e viu à distância o time quebrar a série de cinco vitórias seguidas. Atrás do adversário na tabela e no histórico dos confrontos no Brasileirão (três vitórias, cinco empates e cinco derrotas), o time se agarrou ao discurso do respeito. "O Paraná é o melhor time do Estado no campeonato", falou o técnico Evaristo de Macedo.

Para garantir vaga na Sul-Americana, o Paraná ainda precisa de duas vitórias. O caminho fica facilitado em caso de vitória hoje à tarde. Além de abrir seis pontos do rival, poderia, dependendo da combinação de resultados, aproximar-se de Fluminense, Palmeiras e Santos e reacender as possibilidades de chegar à Libertadores. Além disso, o tricolor quer pôr fim no seu mais incômodo jejum. Em toda a história, nunca obteve uma vitória sobre o rival, jogando no Estádio Joaquim Américo. Uma dura missão para Borges e companhia.

Com Dagoberto, o time tem vencido

  Valquir Aureliano / GPP

Dagoberto recuperou-se e volta hoje
ao ataque titular do Atlético.

Nos cinco últimos jogos em que Dagoberto atuou, o Atlético venceu. Quando o atacante saiu por causa de uma contratura no abdômen, o time acabou goleado pelo Fluminense. O fato leva a um questionamento inevitável: o rubro-negro é dependente do xodó de sua torcida?

Para o próprio Dagoberto, que volta no clássico com o Paraná, a resposta é não. "Foi uma coincidência. O time fez excelente partida contra o Fluminense e mostrou muita criatividade. Comigo ou sem, perderíamos uma hora ou outra", falou o jogador.

Evaristo de Macedo prefere não dizer que o atacante é imprescindível. Mas o técnico atleticano acha que poderia comemorar a sexta vitória consecutiva se Dago enfrentasse o Flu. "Com ele, teríamos mais movimentação na frente. Não estava difícil penetrar na defesa do Fluminense", falou o veterano treinador.

O clássico também marca uma passagem dramática para Dagoberto. Foi contra o Paraná, também na Arena, no 2.º turno do brasileiro do ano passado, que o atacante sofreu a lesão no joelho que o tirou dos gramados por quase um ano. "Não vou lembrar disso durante o jogo. São coisas que acontecem na vida. Agora só penso em ajudar o Atlético", disse Dagoberto, que se diz "muito mais confiante" hoje do que no primeiro jogo como titular após a lesão, há seis rodadas, diante do Fortaleza. (CS)

Artilharia, o alvo maior de Borges

  Orlando Kissner / GPP

Borges tem com meta principal atingir
a artilharia do campeonato.

"Tenho meus objetivos!" Borges prefere, no entanto, não revelá-los, no momento. Destaque do time, o goleador (17 gols) é – ao lado de Marcinho, do Palmeiras – o adversário direto de Róbson (Paysandu) na briga pela artilharia do Brasileirão. O atacante paraense tem quatro gols de vantagem e por isso a missão, no momento, é diminuir a diferença. "Não gosto de prometer gols, mas sei que a minha função é essa, balançar as redes", comentou.

Borges não quer, com isso, parecer egoísta. "Quem vê os jogos sabe que se quando vejo ser a assistência a melhor jogada, dou o passe", disse.

Frente ao São Caetano, Borges poderia ter tido melhor sorte. Fez dois gols, mas um deles foi erroneamente anulado pelo árbitro Jamir Carlos Garcez (que deu impedimento inexistente de Wellington Paulista). "Além disso, tive outras duas chances, mas errei na finalização", reconheceu.

O atacante sabe que a classificação para a Libertadores ficou difícil. "Ninguém é bobo. São oito pontos de desvantagem. Mas, se há chance matemática, temos que lutar", lembrou. O Paraná sofreu três derrotas seguidas após ter feito seu mais expressivo resultado neste brasileiro (6×1 sobre o Fluminense). Para Borges, a goleada não teve "efeito contrário" no elenco. "Talvez, só frente ao Figueirense, onde não jogamos nada. Mas, fomos bem contra o Corinthians e o jogo contra o São Caetano foi atípico", frisou. (IC)

CAMPEONATO BRASILEIRO
35ª RODADA
ATLÉTICO  x PARANÁ

ATLÉTICO: Tiago Cardoso; André Rocha (Thiago Almeida), Danilo, Paulo André e Marcão; André Conceição, Cristian, Evandro e Lima (Ferreira); Dagoberto e Finazzi. Técnico: Evaristo de Macedo.

PARANÁ: Flávio; Daniel Marques, Marcos e Aderaldo; Neto, Pierre (Rafael Muçamba), Mário César, Éder (Sandro) e Edinho (Vicente); Borges e Fernando Gaúcho (Sandro). Técnico: Luiz Carlos Barbieri.

SÚMULA
Local: Arena da Baixada (Curitiba).
Horário: 16h.
Árbitro: Márcio Resende de Freitas (Fifa-SC).
Assistentes: Alcides Zawaski Pazetto (SC) e Carlos Berkenbrock (SC).

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