Chegou o dia. Coritiba joga o futuro na Libertadores

E entende-se o porquê. Com um “caldeirão” para 46 mil pessoas (são esperadas 40 mil esta noite), abusando da pressão e fazendo todo tipo de inconveniência para os visitantes, o Rosario Central larga -em tese – em vantagem contra seus adversários. Até mesmo a seleção argentina já usou desses artifícios (e de outros tantos), ao mandar no Gigante de Arroyito a polêmica partida contra o Peru – 6×0 – na Copa do Mundo de 1978.

Apesar de alertados, os jogadores do Coritiba não sabem o que vai acontecer. “A gente fica esperando, mas não pode pensar nisso. Se acontecer, é claro que vai nos atrapalhar, só que precisamos pensar que o mais importante está dentro de campo”, afirma o capitão Reginaldo Nascimento. “Para conseguirmos alguma coisa aqui, precisamos encarar o jogo como se fosse a final da Libertadores”, completa o atacante Aristizábal, que fica como opção para o banco de reservas (ver matéria).

E, no final das contas, é realmente uma decisão para o Cori. Com apenas um ponto em dois jogos, o do empate com o Olimpia, a intenção é voltar da Argentina com pelo menos mais um, contando com uma vitória no jogo “da volta” com o Rosario, que acontece na próxima quarta. “Pelo trabalho que estamos fazendo, acho que merecemos um resultado positivo. E se arrancarmos pontos deles aqui, temos tudo para conseguir a vaga”, diz o atacante Luís Mário.

O que o “Papa-léguas” diz é o resumo do que pensa o técnico Antônio Lopes. Mesmo avesso às comparações, ele não esconde que o Coritiba entra em campo hoje muito mais encorpado do que na partida de estréia da Libertadores, os trágicos 4×1 impostos pelo Sporting Cristal. “Nós estamos melhores nos aspectos físico, técnico e tático. E isso faz a gente pensar que pode conseguir um ótimo resultado contra o Central”, comenta o treinador.

Ainda mais se for pensado que o Coritiba pode acabar fazendo história na noite de hoje. “O mais importante é que o time tem confiança. Isso é fundamental em um torneio como a Libertadores”, garante Aristizábal. “Vamos jogar o nosso futebol, e pensar que a vitória é decisiva nos nossos planos. Daí, quem sabe, a gente consiga surpreender o Rosario e levar a vitória para Curitiba”, finaliza Luís Carlos Capixaba.

O Central, que entra em campo às 21h15 contra o Coritiba, volta a jogar no sábado, no mesmo horário, contra o Racing, também no Gigante de Arroyito. Como no Brasil, a alegação foi que a emissora de TV que comprou o campeonato exigiu que a partida acontecesse nessa data. “O problema é que com River e Boca isso nunca acontece”, diz o presidente do Rosario, Pablo Scarabino.

Com dois jogos em 48 horas, o técnico Miguel Angel Russo obrigou-se a optar, e manda a campo contra o Cori os melhores jogadores, poupando alguns no sábado. A única dúvida está na defesa, pois o central Carbonari segue com uma inflamação no joelho direito – se ele não jogar, entrará o boliviano Raldes em seu lugar.

Os principais destaques da equipe estão no meio-de-campo. O “motorzinho” do time é o armador Pablo Sánchez, apelidado na Argentina de “Vitamina”, pela vitalidade que demonstra. Ele, no entanto, é alvo de críticas da torcida pela má atuação contra o Sporting Cristal. “Fui responsável pelo empate, pois perdi dois gols claros”, afirma. O outro jogador conhecido é o volante chileno Clarence Acuña, titular da seleção de seu país.