Ceará, Brum e Adriano viram cobradores de faltas

Quando Edu Sales acertava o drible mas era parado pelo adversário, a torcida do Coritiba tinha uma certeza: na cobrança da falta, Tcheco era a grande esperança. Agora, não há mais essa expectativa, já que o armador está na Arábia Saudita. E o técnico Paulo Bonamigo resolveu dividir a responsabilidade entre vários jogadores, preferindo que ninguém receba uma pressão em demasia.

O único problema é que os dois especialistas que ficaram não são titulares. Mas eles estão sendo observados. Alexandre Fávaro e Djames vêm treinando bem, só que mesmo assim não há previsão de quando começarão jogando. Sem eles, o ?número 1? na lista de cobradores passa a ser Marcel. O centroavante chuta forte, já marcou dois gols de falta no Brasileiro e passa a ser a opção preferencial para cobranças diretas.

Bem, o Coritiba ainda não tem os batedores oficiais, mas tem bastante gente se candidatando. O mais animado com a história é o lateral Ceará, que garante ter bom rendimento. “Eu só não cobrava porque o Tcheco estava em um ótimo momento. Ano passado era o Lúcio Flávio, e eu também preferia não me intrometer”, confessa. “Eu trabalhei com o (coordenador técnico Sérgio) Ramirez no São José, e lá eu batia as faltas, inclusive as frontais. Desde que cheguei ao Coritiba ele me pede para voltar a cobrar”.

Agora, sem “concorrência”, ele espera ter uma chance maior. “Quem for escalado tem que manter o nível do Tcheco, e se possível melhorar”, afirma Ceará. Ele é uma das peças que Bonamigo vai usar nas faltas diretas, escanteio e em jogadas ensaiadas. “Estamos testando o Brum e o Ceará para que tenhamos um bom aproveitamento nas partidas”, comenta o treinador alviverde.

Outro que participa das jogadas é Adriano, que não imaginava que iria ser escalado para as bolas paradas. “A gente nunca espera, até porque ninguém pensava que o Tcheco ia sair”, diz o lateral-esquerdo. Entretanto, ele confessa que gostou da idéia. “Eu tinha muita vontade de cobrar faltas, e agora eu vou treinar”, diz. “Todos estão animados, porque é um fundamento que você apura com os treinamentos”, confirma Roberto Brum.

O “Senador”, por sinal, animou-se ainda mais – além das faltas, ele passou a ser o segundo na ?hierarquia? da cobrança dos pênaltis. Perguntado sobre isso, Brum desaba em risos, talvez lembrando da confusão que foi causada pelo gol que marcou contra o Flamengo. Naquela oportunidade, foi justamente Tcheco quem “autorizou” o volante a bater o pênalti. Agora, sem Tcheco, só vai depender de sua competência.

Bonamigo avisa: todo cuidado é pouco

É sempre bom lembrar do que passou. Mesmo sabendo que vive melhor momento que o Paraná Clube, o técnico Paulo Bonamigo quer um Coritiba sério jogando o clássico de domingo, às 16h, no Couto Pereira. Além de servir como mais uma confirmação da boa fase, o Coxa sabe que vencer o rival significa um passo decisivo para a conquista de uma vaga na Libertadores e para seguir na luta pelo título brasileiro.

A preocupação de Bonamigo tem explicação. Quando se enfrentaram no primeiro turno, em 4 de maio, o Coritiba estava em 16.º e o Tricolor, ainda treinado por Cuca, era o quinto. “O momento era favorável ao Paraná. Naquele jogo nós estávamos vindo de maus resultados e tentando nos recuperar, enquanto eles estavam entre os primeiros. Mesmo assim nós vencemos”, relembra o treinador.

Por isso todo cuidado é pouco. Conhecedor do elenco e do potencial de motivação dos paranistas, Bonamigo sabe que a partida não será apenas ?mais uma?. “É um jogo diferente, que empolga a torcida e motiva os atletas. Todo mundo quer jogar um clássico”, comenta. “Até porque, acima de tudo, é uma partida importante no nosso planejamento”, completa o treinador alviverde.

Ainda mais no melhor momento coxa na história dos confrontos. A vantagem histórica sempre foi do Paraná, mas nos últimos anos a diferença diminuiu bastante, chegando a apenas três vitórias de frente tricolor (24 contra 21, além de 21 empates). No Couto Pereira, o Paraná não vence há sete anos e em 2003 foram dois triunfos alviverdes. “Sempre tem essa história de tabu, mas nós temos que pensar no jogo”, minimiza o meia Jackson.

E o Cori já está pronto para o clássico. Bonamigo ainda não oficializou o equipe, mas a formação que vem treinando desde sábado passado está garantida: Fernando; Ceará, Odvan, Edinho Baiano e Adriano; Willians, Roberto Brum, Jackson e Souza; Lima e Marcel. O coletivo de ontem, realizado sob chuva no CT da Graciosa, teve apenas uma modificação, com a saída de Souza (que foi poupado por ainda estar com dores na virilha) para a entrada de Djames.

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