Caso de racismo pode excluir Paraná da Copa do Brasil

O caso de injúria racial por parte de dois torcedores do Paraná contra o lateral Marino, do São Bernardo, na noite de quinta-feira, em Curitiba, pela Copa do Brasil, após a vitória do time da casa, pode complicar a situação do Paraná e não está descartada a sua exclusão da competição. Em entrevista à Rádio Banda B, o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt disse que o caso será avaliado, mas o clube deverá ser punido.

“Se houver provas que isso aconteceu realmente, vamos avaliar. Aí sim poderá ser feita a denúncia. A pena depende da gravidade. São várias penas previstas: perda de mando, perda de pontos e até exclusão”, afirmou. Dois torcedores, que segundo a polícia têm entre 40 e 65 anos chamaram o atleta de “macaco”, após ele ser expulso no final da partida.

A diretoria jurídica do clube espera pela prisão dos acusados ao mesmo tempo em que prepara a defesa para eventual punição por parte da CBF. “O clube está dando todo o apoio para a polícia. Temos interesse na investigação do caso, pois o Paraná não compactua com esse tipo de atitude”, informou a assessoria.

O clube já entregou as imagens das câmeras de segurança para a polícia, que instaurou um inquérito e está investigando o caso. Segundo o delegado Fábio Lopes, eles podem ser penalizados com um a três anos de prisão. “Já foram ouvidas algumas pessoas e inclusive temos a informação de que uma delas teria entre 40 e 45 anos e outra entre 60 e 65 anos. Com o auxílio das câmeras faremos essas identificações”.

No âmbito jurídico, o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê a exclusão da competição do clube, vai se basear no relatório da Procuradoria, além do relato do árbitro Rodrigo D’ Alonso Ferreira que poderá ser usado no Tribunal.

O presidente do Paraná, Rubens Bohler, chegou a ir ao vestiário se desculpar com o jogador. O clube também colocou em sua página oficial na internet uma mensagem dirigida a Marino, além de mensagens antirracismo. A Federação Paranaense de Futebol informou, por meio da assessoria, que faz uma campanha sistemática contra a discriminação racial com campanhas durante o campeonato estadual e possíveis punições ao clube não caberiam, pois a Copa do Brasil está sob a responsabilidade da CBF.

Para o jogador Marino, a atitude dos torcedores foi condenável e se iniciou depois de sua expulsão. “Um começou a me chamar de macaco, até joguei um copo de água, mas depois veio outro e começou também a me chamar de macaco. Fui para o vestiário e comecei a chorar”, lamentou.

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