Canoagem recusa prova em Foz do Iguaçu na Olimpíada

A Federação Internacional de Canoagem (ICF, na sigla em inglês) soltou comunicado nesta sexta-feira afirmando que não vai aceitar a proposta de tirar do Rio e levar para Foz do Iguaçu (PR) as provas de canoagem slalom dos Jogos Olímpicos de 2016. A possibilidade vem sendo estudada para diminuir os custos das obras no Complexo de Deodoro.

“As notícias sobre a possibilidade de mover 700 milhas para o norte (sic) são decepcionantes e ameaçam marginalizar nossos atletas, a competição, e futuro da canoagem slalom no Brasil”, reclama o presidente da ICF, José Perurena Lopez, fazendo referência a Foz do Iguaçu, que na verdade fica no sul do País.

Depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) revelou preocupação com o atraso de 15 meses no início das obras no Complexo de Deodoro, uma das possibilidades que passou a ser discutida foi levar a canoagem slalom para Foz do Iguaçu. Com isso, seriam reduzidos os custos do Complexo, uma vez que já existe uma pista para a prova de correnteza no Paraná, dentro de Itaipu.

Mas a ICF nega os valores citados. “A contraproposta foi sugerida após temores de que os custos de construção do canal seria entre 30 e 70 milhões de dólares. Mas a ICF está confiante e tem provado que pode entregar espaços de qualidade olímpica por um valor significativamente menor do que os citados”, diz a federação, em nota.

A ICF promete agora realizar um estudo de viabilidade completo do local proposto, no Rio, que irá considerar tanto os custos iniciais de construção quanto o legado deixado. “No entanto, continuamos otimistas de que podemos oferecer um local de qualidade olímpica no Rio, no orçamento e na hora certa”, completa Lopez.

Anteriormente, a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) também já havia se posicionado contra a mudança, alegando que o Canal foi concebido em 1996 e é muito defasado. Na ocasião, presidente da entidade, João Tomasini Schwertner, também alegou um problema natural: o volume de água que entra no canal é de 9 metros cúbicos por segundo (contra 20 metros previstos), o que deixa o local com pouca profundidade e com obstáculos expostos que invariavelmente quebram os equipamentos.

“Sabemos que o Canal Itaipu não suportará tantas pessoas assim, a não ser que muitas obras sejam realizadas e a mata lateral seja suprimida o que será mais uma importante questão para ser resolvida junto ao IBAMA e o próprio Meio Ambiente da Itaipu Binacional”, reforçava Tomasini. Itaipu, porém, foi escolhida há um ano como sede do Mundial Júnior e Sub-23 de 2015. O Canal também recebeu o Mundial adulto de 2007.

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