Campeonato Paranaense pode ser paralisado

O tapetão é o final cada vez mais provável do Paranaense 2009. Alguns clubes se reuniram ontem, em busca de um acordo sobre a segunda fase do estadual. Mas a iniciativa fracassou e a disputa criada ao redor do regulamento será julgada no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

A confusão foi gerada pelo artigo 9.º do regulamento. O texto dá à equipe melhor qualificada na 1.ª fase o mando de campo nos jogos da fase decisiva. O Atlético entende que o clube que terminar a 1.ª etapa na frente terá o direito de disputar em casa suas sete partidas na fase final.

A Federação Paranaense de Futebol (FPF), porém, diz que o regulamento não reflete o que foi combinado em arbitral. Para a entidade, na etapa decisiva os quatro melhores da 1.ª fase jogam quatro jogos em seus domínios e três fora.

Com base nessa interpretação, a FPF divulgou uma tabela de jogos que gerou ainda mais discórdia.

O Atlético se sentiu prejudicado e recorreu ao STJD, para que o regulamento seja cumprido à risca.

Ontem, a Futpar, entidade que reúne clubes do estado, tentou reunir seus filiados em busca de um acordo.

Mas apenas cinco das 15 equipes que disputam o estadual apareceram: Atlético, Paraná, J. Malucelli, Rio Branco e Iraty. Toledo e Cascavel foram representados por procuração.

Mesmo assim, os clubes presentes elaboraram uma proposta alternativa. O princípio defendido pela FPF foi acatado, mas com a prerrogativa de que o 1.º colocado jogue em casa contra 2.º, 3.º, 4.º e 5.º. Sugestão aceita pelo Atlético.

“Se essa proposta for acatada, retiraremos a ação”, garantiu o presidente rubro-negro, Marcos Malucelli.

Melou

O esforço de paz da Futpar morreu na casca. No final da tarde, o presidente da entidade, Joel Malucelli, foi à sede da FPF, mas não pôde falar com presidente Hélio Cury. “Avisamos com antecedência, mas ele não estava. Parece que tinha compromisso mais importante”, diz o advogado Domingos Moro, que acompanhou Joel.

A proposta foi protocolada na secretaria da FPF, que se propôs a analisá-la. Mas a possibilidade de um acordo é praticamente nula. Cury não atendeu a reportagem do Paraná-Online ontem, mas já havia avisado: só aceitará uma proposta que tenha a assinatura de todos os participantes do estadual.

O Coritiba já bateu o pé. O clube do Alto da Glória rejeita a sugestão da Futpar e se mostra irredutível. “Não concordamos com nenhuma mudança. Queremos que seja cumprida a tabela elaborada pela FPF”, afirma o presidente Jair Cirino dos Santos.

Tapetão

O caso, portanto, será mesmo decidido pelo STJD. A expectativa é que o julgamento seja marcado para a próxima quinta-feira, mas ele pode entrar na pauta apenas em 26 de março, um dia após o término da 1.ª fase. Como o caso vai direto para o tribunal pleno, não caberá recurso na esfera desportiva. Mas a polêmica deve continuar.

Se o STJD confirmar a tabela divulgada pela FPF, a disputa pode parar na justiça comum. Uma alteração no regulamento ficaria caracterizada e qualquer cidadão poderá contestá-la com base no Estatuto do Torcedor.

Se o artigo 9.º for seguido à risca, com o primeiro colocado jogando todas as partidas da fase final em casa, e o oitavo, todas fora, alguns clubes já ensaiam uma rebelião. “O que está no regulamento é inadmissível. Se isso for mantido, sei lá… Vamos procurar todos os meios”, diz o presidente do Rio Branco, João Carlos Frumento.