Briga de foice

Brasileirão nunca esteve tão embolado na briga contra a degola

Coritiba e Bahia travam disputa contra o rebaixamento. Briga é a mais acirrada desde que o Brasileirão adotou os pontos corridos com 20 clubes. Foto: Divulgação/Coritiba

O Campeonato Brasileiro está chegando na sua reta final e faltando 12 rodadas para o término da temporada fazer qualquer previsão é quase impossível. Principalmente na parte debaixo da tabela. Após a 26ª rodada, que ainda será complementada nesta segunda-feira (2), com o duelo entre Ponte Preta e Flamengo, no Moisés Lucarelli, a briga para fugir da zona de rebaixamento é ainda maior.

Para se ter uma ideia, do Avaí, que é o 17º colocado e abre a zona da degola com 30 pontos, para o Atlético, que é o oitavo e o primeiro fora do G7 com 34, a diferença é de apenas quatro pontos. O Furacão, aliás, está mais perto, em termos de pontuação, da ZR do que do pelotão que se classificaria para a Libertadores – o Flamengo é o sétimo com 39 pontos.

Desde que o Brasileirão adotou os pontos corridos com 20 clubes, em 2006, este é o maior equilíbrio em pontos. Como um comparativo, a esta mesma altura da competição, a maior proximidade do oitavo colocado com a zona de rebaixamento aconteceu em 2006. Na época, a Ponte Preta abria a zona da degola com 30 pontos, enquanto o Figueirense era o oitavo, com 36.

Depois disso, a distância foi aumentando, a ponto de em 2009 e 2011 a vantagem ser de 14 pontos. Em 2009, o Santo André abria a ZR com 25 pontos e o Vitória estava em oitavo com 39, mesma pontuação de Atlético-MG e Palmeiras, respectivamente, em 2011. O que mostra que este ano é um ponto fora da curva e que a disputa vai mudando jogo após jogo.

Com a vitória por 3×2 sobre o Botafogo, no último domingo (1), o Vitória pulou nada menos do que cinco posições e já é o 11º. Já o São Paulo saiu da zona de rebaixamento com o triunfo por 1×0 sobre o Sport e deixou os pernambucanos fora dos quatro últimos apenas pelo número de vitórias. Quem mais caiu depois dos resultados do final de semana foi o Fluminense, que perdeu três posições e está a um ponto do Avaí.

Uma situação que pode mudar em caso de vitória da Ponte Preta, que não só sairia da zona da degola, mas também ganharia três posições, empatando em pontos com Bahia e São Paulo.

Atlético ainda sonha com G7, assim como o Atlético-MG, mas em termos de pontuação está mais perto da zona da degola do que do Flamengo, o sétimo. Foto: Albari Rosa
Atlético ainda sonha com G7, assim como o Atlético-MG, mas em termos de pontuação está mais perto da zona da degola do que do Flamengo, o sétimo. Foto: Albari Rosa

Briga por Libertadores

Por outro lado, a disputa para chegar à Libertadores diminuiu um pouco em termos de emoção. Ainda mais com o G6 atualmente sendo G7, com o Cruzeiro, campeão da Copa do Brasil, na quinta posição. A briga maior é para chegar diretamente à fase de grupos, tentando escapar das duas primeiras fases eliminatórias.

Santos e Grêmio abriram uma pequena vantagem e ainda sonham com o título, mas a diferença do Palmeiras, o quarto colocado, para o Flanengo, sétimo, é de apenas quatro pontos, vantagem que pode cair para apenas três se o rubro-negro carioca ganhar ou empatar com a Ponte Preta.

Este pelotão, aliás, vai se distanciando em relação aos demais e a tendência é que acabem afunilando ainda mais, exceto se virar um G8 ou G9. Para isso acontecer, o Grêmio tem que ganhar a Libertadores e/ou o Flamengo faturar a Copa Sul-Americana.

Título

A disputa menos emocionante, curiosamente, é pelo título. Cm 55 pontos, o Corinthians tem oito de vantagem e nos últimos cinco jogos viu essa diferença cair apenas um ponto, mesmo diante da má fase do líder. Porém, um primeiro colocado isolado não é raro no Brasileirão.

Em 2007, o São Paulo tinha os mesmos oito pontos a mais que o vice-líder Cruzeiro e nada menos do que 14 do Santos, o terceiro, na 26ª rodada. Em 2013, o Cruzeiro somava 59, 11 a mais que o Grêmio, segundo colocado. No ano seguinte, o time mineiro somava 56, nove a mais que o Inter, que vinha na sequência.

Confira a classificação completa do Brasileirão!

Porém, não quer dizer que o campeão já está definido. Em duas ocasiões houve uma reviravolta na tabela. Neste mesmo período da competição, em 2008, o Grêmio era o líder com 50 pontos, seguido pelo Palmeiras, com 49. Mas quem foi o campeão foi o São Paulo, que na ocasião estava em quinto, com 43 pontos somados.

Em 2009, a reação foi ainda maior. O Palmeiras ocupava o primeiro lugar, com 50 pontos, cinco a mais que o Goiás, o segundo. Já o Flamengo, que acabou levantando a taça era apenas o sexto, com 40, mas na reta final arrancou rumo ao título.