Brasileirão mostra equilíbrio a onze rodadas do encerramento

São Paulo – Ao contrário do que ocorria há exatamente um ano, o Campeonato Brasileiro inicia hoje sua reta final, faltando dois meses para a última rodada, com emoção e equilíbrio em todas as partes da tabela de classificação, apesar do baixo nível técnico. Enquanto em 13 de outubro de 2003, uma segunda-feira, os jornais destacavam que o Cruzeiro praticamente assegurava o título nacional após a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG, agora ninguém ousa dizer que há um virtual campeão. Atlético-PR e Santos são os favoritos, mas seguem perseguidos por São Paulo, São Caetano e Juventude.

A 36.ª das 46 rodadas marca para o fim desta tarde, a partir das 18h, confronto de vital importância para o Santos. A equipe recebe a Ponte Preta na Vila e, se vencer, terminará o dia na liderança, ao lado do Atlético-PR, que soma 3 pontos a mais – 68. Vanderlei Luxemburgo não admite ouvir que o Atlético-PR é o mais forte candidato à conquista e aposta na reação de seus comandados. Só que, se não tomar cuidado, seu time, que deu sinais de cansaço nas últimas semanas, pode, até, ficar ameaçado por São Paulo, São Caetano e Juventude, todos com 59 e em boa fase.

Amanhã, os são-paulinos enfrentam o Atlético-MG, no Independência, o São Caetano é favorito diante do Paysandu, no ABC, e o Juventude recebe o irregular Palmeiras, que tem 56 pontos e busca a recuperação para se manter com chances de voltar ao grupo dos quatro melhores, que vão à Libertadores em 2005.

O duelo que talvez chame mais atenção, depois de 10 dias de paralisação do Brasileiro por causa das Eliminatórias, é o de Curitiba: Atlético-PR x Paraná. O grande assunto na capital paranaense é o clássico, que receberá cerca de 20 mil pagantes. A vitória manterá o embalado Atlético na ponta e o Paraná na zona de rebaixamento. O time considerado azarão, no entanto, vem se recuperando no torneio, conquistou bom empate contra o Palmeiras, em São Paulo, na última rodada, e acredita ser possível quebrar o tabu de nunca ter vencido os atleticanos na Arena (leia mais sobre o clássico nas páginas 1 e 3 deste caderno).

De acordo com o matemático Tristão Garcia, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o título dificilmente sairá da Arena da Baixada ou da Vila Belmiro. O técnico são-paulino Leão, por exemplo, ainda acredita que pode desbancar os favoritos, mas admite ser bem difícil. “Temos de ganhar 27 dos 33 pontos em disputa.” Segundo Tristão, a equipe que somar 87 deverá ser campeã. Com 81, garantirá lugar na Libertadores. E, com 54, ficará livre do rebaixamento, que assusta “grandes”, como Grêmio, Flamengo e Atlético-MG.

Há um ano, o Cruzeiro abria 12 pontos sobre o segundo, o Santos, e praticamente garantia o título, com 10 rodadas para o fim. Os mineiros foram campeões com sobra e atingiram a marca dos 100 pontos, à qual só o Atlético-PR pode chegar e, mesmo assim, se ganhar todos os jogos.

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