Brasil tem que correr contra o tempo pra construir e adequar estádios

Com a desistência da Colômbia em sediar a Copa de 2014, o Brasil só perde a oportunidade de organizar o maior evento futebolístico para si mesmo. No entanto, é necessário que os estados brasileiros interessados em fazer parte da história do esporte se agilizem para apresentar projetos viáveis e que se enquadrem dentro do famoso Caderno de Encargos da Fifa. Em 31 de maio, a CBF vai indicar oficialmente as 18 subsedes do País, que gradualmente serão excluídas até chegar às 12 sedes principais.

Logo após a notícia de que o país do samba é o candidato único à Copa do Mundo de 2014, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, enfatizou a importância de o Brasil cumprir rigorosamente os prazos e as exigências estabelecidas pela Fifa para ser confirmado, pela segunda vez em sua história, como sede de uma Copa do Mundo. Em novembro próximo, a Fifa decidirá se o Brasil apresenta condições de sediar a Copa de 2014.

Para alcançar tal objetivo muita coisa há de ser feita e as cidades escolhidas pela CBF deverão se transformar em um imenso canteiro de obras. Mas as maiores preocupações dos organizadores estão voltadas ao palco dos espetáculos, ou pior, a falta deles. Atualmente nenhum dos estádios espalhados pelo Brasil está dentro do padrão exigido pela Fifa. Será necessário a construção ou reforma de estádios e isso requer altos investimentos.

Comparação

Obviamente que Brasil e Alemanha – último país sede -têm realidades bem diferentes. Enquanto os europeus têm uma renda per capita atual de aproximadamente US$ 35 mil (R$ 70,7 mil), os tupiniquins sobrevivem com um rendimento dez vezes menor, cerca de US$ 3,5 mil (R$ 7 mil). Já nossa situação econômica para com os sulafricanos – próxima sede da Copa do Mundo – é mais equiparada. A renda per capita deles se aproxima de US$ 5 mil (R$ 10 mil) e já é consenso que a copa africana será bem menos pomposa que a germânica.

Mas em se tratando de futebol e principalmente em sediar uma Copa do Mundo, há de se equiparar a comodidade e a infra-estrutura a ser oferecida ao público torcedor, independente de qual é a realidade econômica do país. Se o país se candidata a ser sede de um evento de tamanha envergadura precisa ter ?bala na agulha?.

A Tribuna relembra os milhões de euros gastos pelos alemães para apresentar seus 12 estádios no mundial de 2006.

1) Estádio em Gelsenkichen

Capacidade: 60 mil espectadores.

Gastos para construção: 192 milhões de euros (cerca de R$ 525 milhões).

Características: A Arena pode ser totalmente fechada em caso de chuva. Possui sistema de esteiras que permite ao gramado ser transferido para o lado de fora do estádio. Inaugurado em 2001, é sede do Schalke 04.

2) Estádio em Leipzig (novo Zentralstadion)

Capacidade: 44 mil espectadores.

Gastos para construção: 90,6 milhões de euros (cerca de R$ 250 milhões).

Características: único estádio da Copa sediado no Leste do país.

3) Estádio em Hannover

Capacidade: 45 mil espectadores.

Gastos para reforma: 63 milhões de euros (cerca de R$ 170 milhões).

Característica: pertence ao Hannover.

4) Estádio em Dortmund (Westfalenstadion)

Capacidade: 69 mil espectadores.

Gastos para reforma: 35 milhões de euros (cerca de R$ 95 milhões).

Características: construído para a Copa de 1974, passou por reformas.

5) Estádio em Colônia

Capacidade: 51 mil espectadores.

Gastos para reforma: 110 milhões de euros (cerca de R$ 300 milhões).

Características: pertence ao Colônia.

6) Estádio em Munique

Capacidade: 66 mil espectadores.

Gastos para construção: 340 milhões de euros (cerca de R$ 930 milhões).

Características: suas paredes semi-transparentes podem ser iluminadas nas cores das equipes que estão em campo. Completamente novo, ele foi inaugurado em maio de 2005. Utilizado pelo Bayern e Munique 1860.

7) Estádio em Stuttgart (Gottlieb-Daimler-Stadion)

Capacidade: 54 mil espectadores.

Gastos para reforma: 56 milhões de euros (cerca de R$ 150 milhões).

Características: Utilizado pelo Stuttgart.

8) Estádio em Nuremberg (Franken-Stadion)

Capacidade: 45 mil espectadores.

Gastos para reforma: 56 milhões de euros (cerca de R$ 150 milhões).

Características: O menor estádio do torneio foi inaugurado em 1928, e nele a Juventude Nazista marchava nos anos 1930.

9) Estádio em Kaiserslautern (Fritz Walter Stadion)

Capacidade: 48 mil espectadores.

Gastos para reforma: 48,3 milhões de euros (cerca de R$ 130 milhões).

Características: construído em 1920, leva o nome do capitão da seleção alemã campeã do mundo em 1954. Utilizado pelo Kaiserslautern.

10) Estádio em Hamburgo

Capacidade: 51 mil torcedores.

Gastos para construção: 97 milhões de euros (cerca de R$ 265 milhões).

Característica: Hamburgo é a segunda maior cidade da Alemanha, depois de Berlim, com mais de 1,7 milhão de habitantes.

11) Estádio em Frankfurt (novo Waldstadion)

Capacidade: 48 mil espectadores.

Gastos para construção: 126 milhões de euros (cerca de R$ 345 milhões).

Características: O estádio, que possui teto móvel, foi construído no local do estádio velho, que já existia há 80 anos, e é a casa do Eintracht Frankfurt.

12) Estádio Olímpico de Berlim (Olympiastadion)

Capacidade: 74 mil espectadores.

Gastos para modernização: 242 milhões de euros (cerca de R$ 665 milhões).

Características: O fato de o estádio ser tombado pelo Patrimônio Histórico obrigou os construtores a respeitarem inúmeras restrições em sua reforma. Desde 1985, o estádio é palco das finais da Copa da Alemanha.

Fonte: Site da Deutsche Welle

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